De acordo com os dados, 46% dos inquiridos em Portugal ficaram no nível 1 de proficiência em literacia, ou abaixo, o que significa que apenas conseguem identificar informação em textos curtos com o mínimo de dados irrelevantes. A percentagem portuguesa é muito superior à média da OCDE, fixada em 27%.
Portugal surge assim em penúltimo lugar entre os 30 países avaliados, ficando apenas à frente do Chile, onde 57% dos adultos também não ultrapassaram o nível 1.
No extremo oposto, apenas 3% dos portugueses atingiram os níveis mais elevados (4 e 5), em linha com países como a Polónia e a Eslováquia, e apenas acima do Chile e da Lituânia (ambos com 2%). A média da OCDE nestes patamares é de 12%.
Ainda assim, cerca de um terço dos inquiridos em Portugal demonstrou capacidade para integrar informação de múltiplas fontes e 18% revelaram competências para interpretar e avaliar textos complexos.
O relatório evidencia também a relação direta entre escolaridade e competências de literacia. Em Portugal, os adultos com ensino superior obtiveram em média mais 36 pontos do que aqueles com apenas o secundário e quase 70 pontos acima dos que não concluíram o 12.º ano.
Outro fator associado é a participação em educação e formação. Em 2023, 80% dos adultos posicionados nos níveis 4 ou 5 frequentaram algum curso ou formação, formal ou informal, no último ano, ao passo que apenas 22% dos que ficaram no nível 1 ou abaixo fizeram o mesmo.