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Marco de Canaveses
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Apesar de conterrâneos, foi na Suíça que Daniela e José se conheceram e criaram uma história de amor

Daniela Oliveira e José Queirós partilham uma história que cruza destino, coragem e amor - tudo isso com um pano de fundo que muitos portugueses conhecem bem: a emigração.

Redação

Naturais do Marco de Canaveses e Penafiel, mais precisamente de Bem Viver e Boelhe, nunca se cruzaram em Portugal, apesar da proximidade das freguesias. Foi na Suíça que os caminhos se encontraram, e hoje, vivem juntos, felizes e com planos para o futuro. “Ficamos a dez minutos de distância em Portugal, mas só nos conhecemos na Suíça, através de amigos em comum”, começa por contar Daniela.

“Costumamos dizer que o destino estava traçado e não fugimos a ele”, acrescenta. “Começamos a namorar em setembro e no final de novembro já vivíamos juntos. Sentíamos confiança, sabíamos o que queríamos”, partilha José. Mas antes de se encontrarem, cada um trilhou o seu próprio caminho até à Suíça.

Daniela, licenciada em Turismo, viu a sua entrada no mercado de trabalho dificultada pela pandemia. “Terminei os estudos em fevereiro e em março o mundo parou. O turismo foi das últimas áreas a reabrir. Não havia oportunidades e tive que tomar uma decisão.” A decisão foi emigrar, com o apoio de amigos que já estavam no estrangeiro. “Vim para a Suíça com algum suporte, o que facilitou imenso a minha integração.”

José, por sua vez, já tinha passado por Espanha quando decidiu dar o salto para a Suíça, motivado por uma brincadeira com o irmão. “Vim experimentar e por cá continuo.” Trabalha na área da pedreira, o mesmo ramo em que já trabalhava em Portugal, mas com condições muito superiores. “Tenho coisas hoje que em Portugal não conseguiria ter.” Já Daniela começou por trabalhar num hotel, alinhada com a sua formação, mas as exigências linguísticas da nova região obrigaram-na a mudar. “Vim viver com o Zé para outro cantão, onde se fala alemão, e como não domino a língua, comecei a trabalhar nas limpezas. Não é o que sonhava, mas estou bem.”

Apesar da distância, a saudade é mitigada pelo apoio familiar, visitas frequentes, mas também pelo que a Suíça lhes proporciona, nomeadamente a terem conseguido casar: “É um momento muito especial. Vamos conseguir juntar todos os que nos são próximos. E conseguimos planear este casamento com tranquilidade graças à qualidade de vida que temos aqui. Se fosse em Portugal, o amor era o mesmo, mas não tínhamos condições para realizar já este sonho.”

Para quem pondera emigrar, o casal deixa uma mensagem: “Se houver oportunidade não hesitem. Emigrar faz-nos crescer. Nem todas as experiências são fáceis, mas todas são enriquecedoras”.