Sofia Reis Barbosa, de apenas 18 anos, é uma das atletas em ascensão na modalidade e tem sido presença frequente nas convocatórias da Seleção Nacional de futsal feminino.
A jovem guarda-redes de Baltar, concelho de Paredes, sagrou-se campeã nacional de futsal feminino com a camisola do Nun’Álvares, de Fafe. O clube destronou o Benfica, que tinha vencido as últimas sete edições do campeonato, alcançando, assim, o título pela primeira vez na sua história.
Sofia Reis Barbosa, de apenas 18 anos, é uma das atletas em ascensão na modalidade e tem sido presença frequente nas convocatórias da Seleção Nacional de futsal feminino.
A emoção pelo feito alcançado é evidente nas palavras de Sofia. “Claro, é sempre um título e sendo o título que é, ou seja, o Campeonato Nacional, penso que qualquer atleta… ganhar um Campeonato Nacional a este nível, da primeira divisão, é um sonho totalmente tornado realidade”, afirmou, destacando o orgulho de representar o clube de Fafe.
A época, segundo a jovem atleta, foi tudo menos linear. “Foi uma época desafiadora, digamos assim. Começámos muito bem, depois houve uma fase em que quebrámos um bocadinho”, explica. Apesar das dificuldades, a conquista do campeonato era o principal objetivo traçado desde o início da época: “Não conseguimos ganhar as outras taças, mas ganhar o campeonato foi, sem dúvida alguma, um sentimento inexplicável”.
Sofia destaca ainda que este título era um desejo antigo do clube: “Já tínhamos ganho uma Taça da Liga, o clube já tem uma Taça de Portugal, duas Taças da Liga... mas o campeonato era o grande objetivo”.
Esta foi a segunda época de Sofia no plantel sénior do Nun’Álvares. “Sim, sim. Esta foi a minha segunda época pelo clube e pela equipa sénior também”, recorda. A jovem guarda-redes já tem o futuro próximo definido: “Vou continuar no clube, agora não como jogadora das juniores, das sub-19, porque já sou sénior. Mas sim, continuarei no plantel sénior”.
Com várias chamadas à Seleção Nacional, Sofia reconhece que o caminho tem sido exigente, mas gratificante: “Não é bem um segredo, mas tem que vir de cada um. Para além do talento que possa haver, a humildade tem que ser o máximo”. E acrescenta: “Se formos construindo o nosso caminho devagarinho, as coisas vão surgindo. A humildade e muito trabalho são, digamos, o segredo de tudo isto”.
Apesar da tenra idade, Sofia concilia o futsal com os estudos universitários. Frequenta a licenciatura em Desporto e reconhece as dificuldades logísticas do dia-a-dia: “Só fiz 18 anos em dezembro, ainda estou a tirar a carta. Não vou dizer que seja fácil, porque a questão de todos os dias ir para Fafe... de Paredes a Fafe são 50 quilómetros, mais ou menos 40/50 minutos. Fazer 100 quilómetros por dia não é fácil”.
O apoio da família é, para Sofia, fundamental: “Dependo ainda muito dos meus pais. Sei que tenho muita sorte nos pais que tenho, porque não era qualquer um que fazia este esforço. Um dos maiores motivos de eu estar onde estou é deles”.
A escolha pelo curso de Desporto foi natural. “Sempre tive esse gosto, esse bichinho pelo desporto. Sempre gostei de futebol, futsal, andebol, basquetebol… qualquer desporto”, revela. Poder estudar aquilo que ama é, para a jovem atleta, uma vantagem: “Conciliar o desporto com o meu desporto favorito, que é o futsal, apesar de ser complicado, é muito gratificante”.
A mensagem que deixa a quem pretende trilhar um percurso semelhante é clara: “Manter-se sempre humilde e trabalhar. Temos que nos preocupar sempre connosco. Se trabalharmos para o que queremos, mais cedo ou mais tarde os resultados vão aparecer”.
Ao descrever-se como jogadora, Sofia não hesita: “Sou uma jogadora que ambiciona sempre mais e mais. Tenho mau perder, tenho, mas no desporto temos que saber perder e saber ganhar”. Mantém, no entanto, os princípios que a orientam desde sempre: “Tento manter-me sempre o mais humilde possível, porque foi a educação que recebi e não consigo mudar”.
Sobre o que vem a seguir, Sofia deixa no ar o desejo de continuar a somar conquistas: “Espero que sim, espero que sim… e com, quem sabe, uma Supertaça, porque a primeira competição oficial da próxima época é a Supertaça. Poderá ser… ou uma Copa Ibérica, novamente”.