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Sociedade
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Projeto ibérico investe 2,5 milhões de euros para tornar hospitais mais sustentáveis

Um projeto transfronteiriço, intitulado Green Hospitals, vai investir 2,5 milhões de euros em soluções que tornem os hospitais portugueses e espanhóis mais sustentáveis e ambientalmente responsáveis.

Redação

A iniciativa é financiada pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), no âmbito do programa POCTEP 2021-2027.

Segundo Xavier Barreto, presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), “o setor da saúde é responsável por cerca de 5 a 6% das emissões de gases poluentes” e, por isso, “tem de ter práticas mais sustentáveis”.

A iniciativa junta várias entidades dos dois países, entre elas a APAH, as unidades locais de saúde (ULS) de Trás-os-Montes e Alto Douro, Coimbra e Algarve, a Rede Nacional de Agências de Energia (RNAE), a Agência de Energia de Castilla e Leão (EREN) e a Agência de Saúde da Galiza (SERGAS).

Diagnóstico e implementação

O projeto arrancou com um diagnóstico das necessidades e desafios de cada entidade parceira. Segue-se agora a fase de implementação de tecnologias e práticas que promovam a eficiência energética e a redução de resíduos, sem comprometer a qualidade dos cuidados prestados.

As medidas incluem a instalação de centrais de cogeração, painéis solares, substituição de janelas, reforço do isolamento térmico e redes de monitorização de consumo. Também estão em análise formas de reduzir o consumo de água e a utilização de materiais descartáveis.

“Há hospitais que estão a substituir batas descartáveis por fardas laváveis, sempre com atenção aos riscos de infeção hospitalar”, explicou Xavier Barreto, acrescentando que é essencial “triar e tratar corretamente os resíduos”.

Investimento em Trás-os-Montes

A Unidade Local de Saúde de Trás-os-Montes e Alto Douro (ULSTMAD), que agrega os hospitais de Vila Real, Chaves e Lamego, além de 23 centros de saúde, investiu cerca de 300 mil euros na instalação de uma nova unidade de arrefecimento e numa rede de monitorização ambiental.

Este investimento integra um esforço mais amplo de melhoria das infraestruturas, incluindo um projeto de mais de cinco milhões de euros nos hospitais de Chaves e Vila Real, onde está a nascer um centro oncológico. “Permitirá uma redução de consumos, maior eficiência e poupança a longo prazo, tanto financeira como ambiental”, afirmou Ivo Oliveira, presidente do conselho de administração da ULSTMAD.

Responsabilidade climática

O presidente da APAH sublinha que, além de contribuir para as alterações climáticas, o setor da saúde é também um dos mais afetados por elas, dada a crescente pressão sobre os serviços de saúde provocada por fenómenos climáticos extremos e doenças associadas.

“Tudo isto cria uma responsabilidade maior no sentido de sermos mais eficientes e sustentáveis”, concluiu Xavier Barreto.