As diligências incidiram sobre factos ocorridos entre 2023 e o final de 2024, envolvendo suspeitas de fraude fiscal, frustração de créditos e branqueamento de capitais.
No total, foram cumpridos dez mandados de busca, domiciliária e não domiciliária, com o objetivo de recolher prova documental e pessoal sobre transferências bancárias suspeitas e movimentações em numerário. As buscas visaram também a clarificação de operativas relacionadas com a transferência de ativos empresariais.
A investigação, conduzida no âmbito de um inquérito do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) do Porto, foi acompanhada por uma procuradora da República e presidida por um juiz de instrução criminal.
Segundo a PJ, o esquema investigado envolvia a utilização de contas bancárias em nome de terceiros, transferências internacionais e depósitos em numerário de origem e destino não esclarecidos. Parte destas operações era justificada por contratos de empréstimos cruzados, que levantaram suspeitas quanto à ocultação de rendimentos, desvio de fundos com o objetivo de prejudicar credores e eventual branqueamento de capitais.
Durante as diligências foi apreendida diversa documentação e equipamento informático. Foram constituídos seis arguidos, entre pessoas singulares e coletivas, incluindo quadros dirigentes, contabilistas certificados, um escritório de advogados e uma sociedade de revisores oficiais de contas.
Os lucros ilícitos associados ao esquema são estimados em cerca de 10 milhões de euros.