A partida está marcada para 24 de julho, e o regresso acontecerá a 6 de setembro.
Duarte Ambrósio e Hugo Ribeiro, naturais de Vila Boa de Quires, Marco de Canaveses, decidiram passar o verão de forma pouco convencional. Em vez das tradicionais idas à praia e das atividades de lazer, vão trabalhar seis semanas num hotel em Estugarda, na Alemanha, a realizar limpezas.
A partida está marcada para 24 de julho, e o regresso acontecerá a 6 de setembro.
“Foi numa simples conversa”, começa por explicar Duarte. “O meu primo perguntou-me se eu queria fazer alguma coisa no verão. Eu disse que sim e ele propôs-me esta oportunidade na Alemanha. Então aceitei.”
A proposta surgiu no seio familiar, através de uma empresa que “adota”, como descreve Duarte, jovens estudantes para trabalhos temporários. No caso deles, vão desempenhar funções de limpeza em hotéis. “Durante seis semanas. Em Stuttgart”, acrescenta.
O alojamento nos primeiros dias ficará a cargo dos próprios jovens. “Vamos dia 24 e nesses quatro dias, até dia 28, temos que pagar nós. A partir do início do trabalho, penso que será a empresa a assegurar”, indica Duarte, admitindo que a gestão dos detalhes logísticos tem sido assumida, sobretudo, pelo primo.
Em relação às motivações, Duarte é claro: “Sou um jovem com os meus princípios. Quero o meu dinheiro, a minha independência. Além disso, é uma experiência nova. Tenho 17 anos, vou para lá com 18. É sempre uma experiência.”
O aniversário está para breve: “Faço 18 anos a 21 de julho. É uma prenda para mim próprio”, diz com um sorriso.
Quanto à reação da família, Duarte confessa que houve alguma hesitação: “No início é normal… Sou uma criança para eles. Sempre serei. Mas lá os convenci e eles lá me deixaram ir.”
A aventura será partilhada com outros jovens de Marco de Canaveses, incluindo o primo e amigos. “O ‘pessoal’ que eu conheço do meu primo vai há três anos. Ele também tem gostado da experiência e então decidi ir com ele.”
Sobre as expectativas para a viagem, Duarte mantém-se tranquilo: “Isso não me preocupa nada. Até porque vou acompanhado”.
Apesar do foco ser o trabalho, também haverá tempo para conhecer a cidade. “No fim de semana, pelo menos, temos sempre aquele passeio. E nos quatro dias antes de começarmos também vamos aproveitar. Vamos ter que nos safar a falar o inglês.”
No entanto, não pensa em emigrar: “Definitivamente não. Só quero mesmo ter esta experiência.”
Aos jovens que ponderem algo semelhante, deixa um conselho direto: “Primeiro procura informação. Arranja sempre alguém que queira ir contigo. E se estiveres em dúvida, não penses muito. Só vai.”
Já Hugo Ribeiro, de 18 anos, revela que esta iniciativa surgiu a partir da conversa com o amigo. “O Duarte tinha-me falado que ia trabalhar fora. Perguntei-lhe se podia ir também. Assim íamos juntos, não custava tanto.”
Para Hugo, esta é também uma oportunidade de crescimento pessoal. “Acho que vai ser uma oportunidade para nós crescermos de todas as maneiras.”
A decisão foi tomada por necessidade, mas também pelo desejo de evoluir: “Foi mesmo a necessidade. E ter a companhia de alguém que conheço há bastantes anos faz com que não custe tanto.”
Tal como Duarte, também Hugo espera aproveitar para conhecer a cidade. “Vamos trabalhar, claro, mas também passear e conhecer novos cantos do mundo.”
Sobre o impacto da escolha em vez de umas férias tradicionais, Hugo reconhece que poderá surpreender: “Acho que vai causar espanto em algumas pessoas. Mas com 18 anos temos que começar a procurar um rumo de vida.”
A família de Hugo apoiou desde o início. “Eles concordaram sempre. Como dizem, tenho que lutar pela vida.”
Quanto ao futuro, Hugo ainda não decidiu se vai prosseguir para o ensino superior, mas admite que a experiência na Alemanha pode abrir portas a novas ideias, como um possível Erasmus.
O conselho que deixa aos jovens é simples: “Não tenham medo de arriscar. Só vivemos uma vez.”
Em relação às possíveis dificuldades, Hugo aponta a ausência da família e o facto de ter de fazer tudo sozinho: “Não vai ser fácil não ter a mãe a ajudar”.
Apesar disso, encara o trabalho com naturalidade: “É um trabalho como todos os outros. Tem os seus contras, mas é comum.”
Esta será também a sua primeira experiência profissional: “Sim, é a primeira vez. Vai servir para me preparar para o mercado de trabalho.”