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Economia e Negócios
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Saída de António Mota da Mota-Engil apreciada por acionistas a 15 de maio

António Mota, ex-presidente da Mota-Engil, renunciou à vice-presidência. A AG de 15 de maio irá votar a sua saída e a entrada de Li Guangming no Conselho.

Redação

Os acionistas da Mota-Engil vão reunir-se a 15 de maio para deliberar sobre a saída de figuras-chave da liderança da construtora, entre elas António Mota, que apresentou esta segunda-feira, 22 de abril, a sua renúncia ao cargo de vice-presidente do Conselho de Administração. Na mesma reunião, será votada a entrada do gestor chinês Li Guangming, sinalizando um reforço da influência da acionista China Communications Construction Company (CCCC).

António Mota, que presidiu à Mota-Engil entre 1995 e 2023, marcou mais de duas décadas de liderança da empresa portuguesa de engenharia e construção. Com a sua renúncia, a administração da companhia encerra um ciclo e dá lugar a uma nova fase marcada pelo crescente peso acionista da gigante chinesa CCCC, que detém atualmente 32,41% do capital da empresa.

Além de António Mota, renunciaram também os administradores Ana Paula Chaves e Sá Ribeiro, Vai Tac Leong, Feng Tian e João Pedro dos Santos Dinis Parreira. A assembleia-geral (AG) convocada para maio irá discutir e votar a aceitação destas saídas e a recomposição do Conselho de Administração.

Li Guangming é um dos nomes propostos

Entre os nomes propostos para o atual mandato (2024-2026) destaca-se Li Guangming, diretor-geral do departamento financeiro do projeto ferroviário da Costa Leste da CCCC na Malásia. A sua entrada reforça os laços estratégicos com a CCCC, ao mesmo tempo que introduz um perfil de gestão com experiência em grandes projetos internacionais de infraestruturas.

A proposta em cima da mesa inclui também a redução do número de administradores de 19 para 15 membros, uma medida que será igualmente sujeita a votação pelos acionistas.

Com um total de 13 pontos na ordem de trabalhos, a AG prevê ainda a votação das contas relativas a 2024, ano em que a Mota-Engil alcançou os melhores resultados da sua história. Os lucros atribuíveis ao grupo cresceram 8%, para 123 milhões de euros, enquanto o volume de negócios subiu 7%, para 5.951 milhões de euros. O EBITDA aumentou 14%, totalizando 955 milhões de euros.

Será igualmente discutida a proposta de aplicação de resultados, que inclui a distribuição de um dividendo de 14,97 cêntimos por ação.

Entre outros pontos a deliberar estão a eleição dos membros da Mesa da Assembleia Geral para o triénio 2025-2027, a apreciação do Relatório de Remunerações e a definição da política de remuneração da administração. Também será debatida a possibilidade de aquisição e alienação de ações e obrigações próprias.

A assembleia do próximo mês marca assim um momento relevante na evolução da Mota-Engil, assinalando não só uma mudança na composição do seu Conselho de Administração, como também o fortalecimento da ligação estratégica com a CCCC, com impacto direto na orientação futura da empresa.