A informação foi avançada pelo comandante nacional de Emergência e Proteção Civil, Mário Silvestre, durante um balanço dos incêndios activos, realizado esta terça-feira, na sede da ANEPC, em Carnaxide. De acordo com o responsável, “na segunda-feira foram registados 124 fogos florestais”, além de outras ignições, perfazendo o total de 132 ocorrências.
No momento da comunicação, mais de 2.700 operacionais, apoiados por mais de 600 viaturas, estavam mobilizados para combater 17 incêndios rurais considerados de risco elevado.
Segundo dados actualizados ao final da tarde de segunda-feira, nove desses incêndios de grande dimensão mobilizavam 2.731 operacionais e 881 veículos terrestres, abrangendo zonas de norte a sul do país. Os incêndios de Penamacor, Arouca e Santarém eram os que suscitavam maior preocupação, dada a proximidade às populações, conforme referiu o comandante Elísio Pereira, também da ANEPC.
“Elísio Pereira afirmou que ‘o facto de haver populações em risco obriga à dispersão de meios para evitar que o fogo chegue às habitações’, o que, segundo o responsável, ‘dificulta o combate ao próprio incêndio’”.
No caso de Penamacor, o comandante revelou que já foram mobilizados “até dois grupos de combate a fogos urbanos, cada um com 30 operacionais, que esperam não ter que actuar”, acrescentando que “por uma questão de prevenção foram mobilizados”. No entanto, até ao momento, não houve necessidade de evacuar as aldeias mais próximas.
Elísio Pereira sublinhou ainda que não se prevê um reforço adicional de meios durante a noite, tendo em conta que os efectivos já foram aumentados. “Já aumentámos o número de operacionais e viaturas no terreno”, afirmou.
Durante o dia de ontem, 20 pessoas foram assistidas, incluindo 14 bombeiros, referiu Mário Silvestre, no mesmo balanço.
Entre os fogos mais graves destacou-se o incêndio em Alcanede, no distrito de Santarém, que atingiu uma exploração pecuária, provocando a morte de animais. Outro foco preocupante é o incêndio no Lindoso, que está a progredir em direcção à Serra Amarela.
Em Arouca, o incêndio ameaça as povoações de Castelo de Paiva e Arouca, enquanto no distrito de Portalegre, os fogos de Penamacor e Nisa continuavam activos, mas com expectativa de evolução favorável durante a noite, segundo a Proteção Civil.
Elísio Pereira manifestou alguma esperança quanto à evolução dos incêndios, destacando que “espera que a baixa de temperaturas ajude a controlar alguns dos incêndios activos”. Contudo, advertiu que “para os que têm áreas muito grandes já tomadas pelo fogo e difíceis acessos, a noite também não ajuda”.
A ANEPC reforçou o apelo à prevenção e vigilância por parte da população, especialmente em dias com nível de perigo de incêndio rural muito elevado ou máximo. As autoridades continuam a alertar para os riscos associados à realização de queimadas e fogueiras, práticas que estão proibidas nestas condições.