“A nossa palavra de ordem é recuperar”, afirmou o candidato, defendendo que Amarante “tem uma riqueza patrimonial e uma beleza natural que precisam de ser valorizadas”, mas que, antes disso, “é preciso recuperar aquilo que foi perdido”.
A situação atual do hospital de Amarante é uma das principais preocupações da CDU. António Duarte lembrou que, no passado, a unidade dispunha de valências como bloco operatório, equipa de cirurgiões e uma capacidade de resposta “de longe superior” à atual. Considera que o hospital “é pouco mais do que um centro de saúde”, sendo essa resposta “insuficiente para as necessidades da população”.
O candidato defende a restauração das valências anteriormente existentes, considerando que esta medida é fundamental para assegurar cuidados de saúde de qualidade e proximidade, reduzindo a dependência de deslocações para centros urbanos maiores.
A reabertura da Linha do Tâmega entre Livração (Marco de Canaveses) e Amarante, encerrada em 2009, é outra das bandeiras da candidatura. António Duarte destacou que a ligação ferroviária traria benefícios à mobilidade dos trabalhadores e contribuiria para o desenvolvimento turístico e económico do concelho. “Amarante pode e deve ser uma porta aberta para o Douro vinhateiro”, sublinhou.
Ainda no plano das acessibilidades, a CDU propõe a construção de uma nova ponte sobre o rio Tâmega, na área anteriormente destinada à barragem de Fridão — projeto ao qual a coligação sempre se opôs devido ao impacto ambiental e social. Segundo o candidato, a ausência da ponte obriga as populações a desviar entre 10 a 30 quilómetros em situações de emergência médica, tornando esta infraestrutura essencial para o acesso a serviços públicos.
António Duarte criticou também o estado atual do Parque Florestal de Amarante, que considera “degradante”. Mostrou-se preocupado com a possibilidade de o espaço vir a ser alvo de especulação imobiliária, lembrando que é “um dos principais pulmões verdes da cidade”.
Na vertente económica, a CDU defende a criação de incentivos para atrair empresas que criem emprego, sem comprometer o ambiente. O candidato considerou que o concelho ainda depende fortemente do turismo e da administração pública, sendo a autarquia e a Santa Casa da Misericórdia os principais empregadores.
Em relação às perspetivas eleitorais, António Duarte reconheceu as dificuldades históricas da CDU em Amarante, apontando como causas o “caciquismo, preconceito e medo” que, segundo disse, afastam muitos cidadãos do envolvimento político por receio de perderem o emprego.
Nas eleições autárquicas de 2021, a CDU obteve 1,65% dos votos em Amarante, não conseguindo representação no executivo municipal. A coligação PSD/CDS-PP venceu com 52,49%, seguida pelo PS com 38,88%. O atual executivo municipal é composto por cinco eleitos da coligação PSD/CDS-PP e quatro do PS.
Além de António Duarte (CDU), estão confirmadas as candidaturas de António Paulo Ribeiro (PS), Jorge Ricardo (PSD/CDS-PP/IL) e Sónia Monteiro (Chega).