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IRS 2025: Montenegro justifica menor reembolso com retenção “mais justa”

Luís Montenegro defendeu hoje na Anadia que a menor devolução de IRS em 2025 se deve a uma política “mais justa”, com retenções mais próximas do valor final a pagar.

Redação

IRS: Menores reembolsos em 2025 explicados por nova política fiscal, diz Montenegro

O primeiro-ministro e presidente do PSD, Luís Montenegro, garantiu este sábado, 13 de abril, em Anadia, distrito de Aveiro, que a ausência ou redução dos reembolsos do IRS em 2025 é justificada por uma “boa razão”: a adoção de uma política de retenção na fonte mais próxima do valor efetivamente devido pelos contribuintes.

A declaração foi feita durante o encerramento do encontro dos cabeças de lista da Aliança Democrática (PSD/CDS-PP), na Curia, onde Montenegro procurou clarificar as alterações sentidas por milhares de portugueses durante a campanha de entrega do IRS.

“O reembolso não é exatamente o mesmo que era antes, mas é preciso que nós digamos com seriedade que é por uma boa razão”, afirmou o primeiro-ministro.

Retenção na fonte mais próxima do imposto final

Segundo Montenegro, a nova política de retenção na fonte pretende aproximar o valor retido ao longo do ano daquilo que é realmente cobrado, evitando que os contribuintes estejam, na prática, a financiar o Estado com o seu próprio rendimento.

“Decidimos ser mais transparentes e mais justos. O que não é justo é o Estado ficar com mais do que o necessário e inibir os contribuintes de usarem o seu rendimento durante o ano.”

O líder do executivo considerou ainda que a prática anterior representava uma “poupança forçada”, em que os cidadãos ficavam privados do seu próprio dinheiro, para só o receberem mais tarde sob forma de reembolso.

Críticas à oposição

Respondendo às críticas do secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, que acusou o Governo de manipular as tabelas de retenção para criar a ilusão de uma baixa de impostos, Montenegro foi direto:

“Se o PS acha que reter mais ao longo do ano é melhor, então tenha a coragem de o dizer claramente aos contribuintes.”

Pedro Nuno Santos tinha anteriormente referido que o “truque” do Governo consistia em reduzir ao máximo a retenção na fonte para dar a sensação de maior liquidez mensal, mas que, no momento da entrega do IRS, muitos contribuintes acabariam por receber menos ou mesmo ter de pagar.

Montenegro acusou o líder socialista de incoerência, lembrando que o PS também defendia anteriormente uma redução do IRS e das taxas de retenção.

Impacto estimado nas contas públicas

De acordo com o Conselho das Finanças Públicas, os reembolsos de IRS deverão cair em cerca de 1.167 milhões de euros em 2025, reflexo direto das alterações implementadas no ano anterior nas tabelas de retenção na fonte. Este ajustamento traduz-se num impacto positivo na receita fiscal, embora com efeitos diretos no bolso dos contribuintes nesta fase de acertos.