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Baião
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Tâmega e Sousa integra Rede Internacional das Bio-Regiões e reforça compromisso com desenvolvimento sustentável

A Comunidade Intermunicipal (CIM) do Tâmega e Sousa oficializou a integração da Bio-região do Tâmega e Sousa na IN.N.E.R. – Rede Internacional das Bio-Regiões, numa cerimónia que decorreu no dia 28 de maio, na Quinta de Santa Teresa, em Baião.

Redação

O evento contou com a presença de vários atores relevantes para este processo, nomeadamente Pedro Machado, presidente da CIM Tâmega e Sousa, e Salvatore Basile, diretor da IN.N.E.R.

A integração na IN.N.E.R. representa, segundo os responsáveis, o “primeiro passo” no caminho para o desenvolvimento sustentável do território, com base em práticas agrícolas biológicas, regenerativas, valorização dos recursos endógenos e promoção da economia circular e turismo sustentável.

Paulo Pereira, presidente do Município de Baião e anfitrião da cerimónia, abriu a sessão reforçando o papel ativo de todos os envolvidos: “Neste fórum temos aqui um conjunto de pessoas especiais que estão cá por uma razão em específico. Quer sejam produtores, ou académicos como é o caso da UTAD, este conjunto de pessoas aqui presente têm agora a responsabilidade de pôr esta demanda em marcha.”

O autarca deixou ainda uma mensagem de encorajamento, apelando à união e colaboração: “É muito importante no mundo de hoje, de contactos e realidades virtuais, estarmos todos juntos para, acima de tudo, partilharmos aprendizagens e caminhos para o futuro. Para que, com a ajuda de todos, consigamos ir mais além deste que é o interesse comum de fazer o melhor para o nosso planeta.”

A adesão do Tâmega e Sousa à rede Rede Internacional das Bio-Regiões

Pedro Machado destacou os fundamentos estratégicos da Bio-região, assentes em três pilares: económico, ambiental e social. No plano económico, sublinhou-se a importância de “dinamizar os circuitos curtos de comercialização, facilitar a certificação biológica, fomentar o empreendedorismo local e valorizar os alimentos no consumo regional”.

Do ponto de vista ambiental, a iniciativa foca-se na “redução do impacto da agricultura convencional, na proteção dos solos e da água e no combate às alterações climáticas”, promovendo a produção e consumo de quilómetro zero, “de modo que a distância a percorrer entre os alimentos, entre o consumo e a sua produção, não seja superior a 50 quilómetros”.

No eixo social, a estratégia passa por “criação do emprego rural, inclusão social e educação ambiental”, reforçando o papel da agricultura e da gastronomia local como motores de desenvolvimento.

O presidente da CIM referiu que “a formação da Bio-região do Tâmega e Sousa iniciou-se há vários anos”, tendo-se intensificado recentemente com reuniões dos Grupos de Trabalho nos setores do turismo, agricultura, agroalimentar, poder local, alimentação saudável, ambiente e biodiversidade, economia social e sociedade civil.

Estas culminaram na reunião da Comissão Oficial de Promoção da Bio-região do Tâmega e Sousa, no passado dia 9 de maio, onde foram aprovadas medidas estruturantes:

  • Aprovação do Plano Estratégico da Bio-região até 2030;

  • Aprovação do Regulamento Interno da Parceria;

  • Eleição dos Órgãos Sociais da Parceria para o mandato 2025-2026.

Plano Estratégico para a Bio-região

O Plano Estratégico para o período 2025-2029 define três eixos prioritários. O primeiro é a comunicação de hábitos saudáveis, com o objetivo de “mobilizar a comunidade para os princípios e objetivos da Bio-região”, através de campanhas de sensibilização, ações educativas e eventos de proximidade.

O segundo eixo é a produção sustentável e resiliente, promovendo “a transição agroecológica, o apoio à conversão de explorações agropecuárias para o modo de produção biológico e a criação de condições favoráveis à inovação e à resiliência do setor produtivo”.

O terceiro eixo foca-se no consumo saudável, com o estímulo ao consumo de produtos locais e biológicos, promovendo “a integração dos produtos da Bio-região em diferentes contextos de consumo, desde os mercados locais até à restauração, cantinas públicas e setor do turismo”.

Pedro Machado alertou ainda para a necessidade de apoios públicos eficazes: “É importantíssimo esse apoio do lado da oferta, mas é muito importante também que a procura seja cada vez maior. Para isso, a educação ambiental, a educação nas escolas e a consciência coletiva de todos nós para a importância destas práticas sustentáveis é cada vez mais importante”.

O dirigente encerrou a sua intervenção sublinhando a importância da colaboração: “O sucesso deste projeto depende da capacidade que fizermos de envolver a nossa comunidade, de despertar todos os cidadãos e agentes locais para a importância deste projeto. Vamos todos trabalhar para que efetivamente este belíssimo território do Tâmega e Sousa continue com esta mancha verde e com este ambiente tão saudável”.

A integração na IN.N.E.R. proporcionará à região benefícios como:

  • Partilha de boas práticas entre territórios com objetivos semelhantes;

  • Formação especializada nas áreas da sustentabilidade e economia circular;

  • Reconhecimento institucional internacional.

A Bio-região do Tâmega e Sousa afirma-se, assim, como um projeto estratégico para a valorização do território, promovendo simultaneamente o desenvolvimento económico, social e ambiental da região.