A ação insere-se no âmbito das medidas preventivas desenvolvidas pela GNR para combater os vários tipos de burlas que afetam os cidadãos, sobretudo os mais vulneráveis.
A análise das ocorrências registadas revela que, entre os distritos com maior número de casos, destacam-se Faro (95), Porto (79) e Braga (70). No entanto, a GNR sublinha que este fenómeno ocorre de forma dispersa por todo o território nacional.
Apesar da persistência do crime, verificou-se uma redução de 16,8% nas burlas relacionadas com arrendamento de casas de férias entre 2023 e 2024, o que, segundo a GNR, demonstra o impacto positivo das ações de sensibilização e prevenção desenvolvidas pela força de segurança.
Quanto à ação criminal, a GNR detetou 60 detenções em 2023, 29 em 2024 e 12 no primeiro semestre de 2025 (dados provisórios até 30 de junho). No mesmo período, foram identificados 140 suspeitos em 2023, 138 em 2024 e 33 nos primeiros seis meses de 2025.
Segundo a GNR, não existe um modus operandi único, sendo várias as formas utilizadas para concretizar as burlas. De forma geral, os suspeitos publicam anúncios de arrendamento com preços apelativos em sites de grande visibilidade, muitas vezes com fotografias de imóveis reais, mas sem qualquer correspondência com a realidade da proposta apresentada. Após serem contactados, os burlões solicitam o pagamento de um sinal para garantir a reserva do imóvel. A burla só é detetada pelas vítimas mais tarde, quando percebem que não conseguem contactar o anunciante, que a morada não existe ou que não têm acesso à chave do imóvel.
Para evitar ser alvo deste tipo de crime, a GNR deixa um conjunto de recomendações:
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Desconfiar de ofertas com preços muito abaixo do valor de mercado;
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Solicitar sempre a visita presencial ao imóvel;
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Confirmar a existência e localização real do imóvel;
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Verificar a presença do mesmo anúncio em várias plataformas com preços diferentes;
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Confirmar a identidade do anunciante e a titularidade da conta bancária associada ao pagamento;
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Evitar pagamentos de sinal sob pressão de “muitos interessados”;
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Pedir fotografias adicionais, nomeadamente do interior;
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Confirmar com o banco se há problemas no pagamento antes de repetir qualquer transferência.
A GNR reforça ainda o seu compromisso na deteção e combate a este tipo de crime, apelando à população para que adote comportamentos preventivos e reporte situações suspeitas.