De acordo com os dados, apenas a Península Ibérica e o sul de França escaparam ao novo recorde de temperatura no continente. No entanto, registaram-se fenómenos meteorológicos extremos, com chuvas intensas e até recordes históricos em países como Espanha e Portugal, contrastando com situações de seca severa em outras regiões, como a Holanda e o norte da Alemanha.
O impacto das alterações climáticas foi também evidente noutras partes do mundo. Segundo a rede científica World Weather Attribution (WWA), estas mudanças potenciaram ondas de calor intensas na Ásia Central e chuvas torrenciais na Argentina, responsáveis por inundações fatais.
Globalmente, março de 2025 foi o segundo mais quente de sempre a nível planetário, ficando apenas atrás de março de 2024. Este dado prolonga uma série contínua de meses com temperaturas recorde ou quase recorde desde julho de 2023. Com exceção de um único mês, todos os restantes superaram os 1,5 °C acima da média da era pré-industrial, colocando em desafio a comunidade científica que procura explicar esta sequência persistente.
A temperatura média global em março de 2025 foi de 14,06 °C, apenas 0,08 °C inferior ao recorde absoluto de março de 2024, e ligeiramente superior à registada em 2016. Segundo o boletim do Copernicus, os anteriores máximos ocorreram em contexto de um forte fenómeno El Niño, sublinhando a gravidade da situação atual mesmo sem a mesma intensidade do fenómeno climático.