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Sociedade
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Detidos dois suspeitos do assalto milionário ao Museu do Louvre em Paris

A polícia francesa deteve dois homens suspeitos de participarem no assalto ao Museu do Louvre, ocorrido no dia19 de outubro, durante o qual foram roubadas joias da Coroa francesa avaliadas em cerca de 88 milhões de euros, incluindo tiaras, colares, brincos e outras peças históricas.

Redação

Segundo a procuradora de Paris, Laure Beccuau, um dos detidos foi intercetado no aeroporto Roissy-Charles de Gaulle, perto de Paris, quando se preparava para embarcar num voo com destino à Argélia, enquanto o segundo suspeito foi detido pouco depois na região de Paris. Ambos têm cerca de 30 anos e são naturais de Seine-Saint-Denis, um subúrbio de Paris. Os dois estão acusados de crime organizado e associação criminosa e foram entregues à equipa da polícia judiciária responsável pelo caso.

De acordo com informações do Le Parisien e da revista Paris Match, os suspeitos fazem parte de um gangue de quatro pessoas que executou o assalto, utilizando um elevador de carga para aceder à Galeria de Apolo, onde se encontravam as joias. Os assaltantes, vestidos com coletes de trabalhadores da construção civil, partiram rapidamente duas das três vitrinas instaladas em 2019 e puseram-se em fuga numa scooter, encontrada posteriormente pela polícia nas proximidades. O roubo durou apenas sete minutos, entre as 09h30 e as 09h40 (hora local).

Durante a ação, os ladrões deixaram objetos para trás, incluindo um colete e uma rebarbadora, que permitiram recolher 150 vestígios de ADN, ajudando os investigadores a identificar os dois primeiros suspeitos. As autoridades não confirmaram se alguma das joias foi recuperada, embora fontes apontem que uma das peças, a coroa da Imperatriz Eugénia, terá sido encontrada fora do museu.

O assalto levantou suspeitas sobre informações privilegiadas: a única câmara de videovigilância junto à janela usada pelos assaltantes só filmava num sentido, permitindo que entrassem e saíssem sem serem registados. Investigadores estão a apurar se houve complicidade de trabalhadores do museu.

O roubo gerou forte polémica política e voltou a colocar em debate a segurança das instituições culturais francesas, com destaque internacional. A ministra da Cultura francesa, Rachida Dati, confirmou que o assalto ocorreu durante a abertura do Louvre e sublinhou o impacto simbólico e histórico do crime.

Até quarta-feira, os dois detidos vão ser interrogados para esclarecer a identidade dos outros dois assaltantes e possíveis apoios internos ao crime. A investigação, que mobilizou cerca de 100 elementos da polícia judiciária e de fronteiras, prossegue sob sigilo, sem detalhes sobre redes internacionais ou recuperação das joias.

O caso, que envolveu planeamento preciso e execução rápida, destaca a vulnerabilidade temporária mesmo em museus altamente vigiados e reforça a atenção sobre medidas de segurança em instituições culturais de prestígio mundial.