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Marco de Canaveses
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Três dias de música, arte e Douro: Os Concertos que Nunca Existiram estão de regresso

Não se deixem enganar pelo nome, eles existem e estão de volta para uma sétima edição que promete “música emergente, experiências artísticas disruptivas, gastronomia e uma profunda ligação à ruralidade e ao rio Douro”.

Redação

Os ‘Concertos que Nunca Existiram’ estão de regresso à freguesia de Alpendorada, Várzea e Torrão, no concelho do Marco de Canaveses, com um novo formato inédito de três dias de programação, uma estreia do festival que vai ocupar os dias 19, 20 e 21 de setembro.

“Até à altura nunca tínhamos conseguido avançar com o projeto, então as pessoas começaram a dizer que estes concertos nunca iam existir, foi daí que nasceu o nome”, explicou Luís Sobreiro, um dos co-criadores do evento.

Quando um grupo de amigos de Várzea do Douro e Alpendora se sentiu “aborrecido com a falta de programação cultural na região”, começou a formar-se a ideia daquilo que se viria a tornar os ‘Concertos que Nunca Existiram’. “Aqui no baixo concelho não havia oferta de alternativas culturais sem ser as festas populares, então pensámos em fazer concertos numa eira daqui”, acrescentou o responsável.

Desta vontade surgiu em 2016 a Associação Rústico Cultura, “mas nunca conseguimos fazer nada”, admite Luís Sobreiro. Contudo, a história não fica por aí e dois anos depois, em 2018, o grupo conseguiu “juntar energias e fazer acontecer a primeira edição deste evento”. Assim, em 2025 a associação avança com a sétima edição deste certame caracterizado pela sua identidade e imagem “muito própria e diferenciada”.

Quem olha para os cartazes e demais anúncios destes concertos repara facilmente “que apresentamos uma imagem pouco nítida, até algo misteriosa”, diz o co-criador do evento. Uma escolha propositada “de passar sempre esta ideia de que: Será que os concertos existiram mesmo?”, a organização escolheu esta imagem pois: “Esse mistério abre-nos um espaço para surpreender o público e essa é uma das nossas premissas”.

Concertos aliados a caminhadas, jantares e até viagens de barco, a cada edição o Rústico tenta inovar e trazer novas surpresas, este ano não é exceção.

“Esta é a primeira vez que vamos trabalhar com outro tipo de estrutura, com o objetivo de melhorar as condições para todos os envolvidos no evento”, frisou o organizador. Ao contrário das outras edições, este ano é necessário comprar um passe de entrada para os concertos, no entanto esta mudança não afetou o entusiasmo do público pelo regresso do evento. “Os passes gerais esgotaram antes mesmo da revelação do cartaz, prova do entusiasmo que o evento desperta, mas ainda será possível viver as noites de sexta e sábado no mítico Carvalhal, com bilhetes limitados disponíveis à porta ou por reserva por email”, salientou Luís Sobreiro.

A contar com mais uma “edição de sucesso”, os responsáveis recordam que até ao momento “o feedback tem sido sempre muito positivo, desde as pessoas que participam, as pessoas que ajudam a acontecer e até das pessoas da terra”. Confiantes do “impacto positivo” deste evento na freguesia, o Rústico tenta valorizar “a nossa terra tanto a nível de paisagem, de espaço e mesmo das pessoas, assim como artistas daqui. E esta fusão entre quem nos visita e os locais cria aqui algo realmente especial”.

CQNE 2025: Uma edição com novidades e três dias de descoberta

O CQNE regressa ao mítico Carvalhal com bilhetes gerais já esgotados antes da revelação do cartaz, sinal do entusiasmo da comunidade. Ainda assim, será possível adquirir entradas limitadas para as noites de sexta e sábado, à porta ou por reserva por email.

Entre as principais novidades destaca-se o primeiro acampamento oficial, em parceria com a AGELPA, e a criação da Banda Que Nunca Existiu, fruto de uma residência artística conduzida pelo galego Juanma Lodo com músicos locais. A programação, em parceria com a Lovers & Lollypops, inclui também transmissões em direto da Rádio Jardim, o regresso da Galeria Ocupa com o projeto Bastidor e um encontro internacional com a promotora de Barcelona Golpe de Amistad.

O festival arranca na sexta-feira com jantar de receção e o concerto da Banda Que Nunca Existiu, além da estreia da dupla IBSXJAUR e do catalão MANS O. No sábado, as atividades estendem-se pelo Douro com percursos de kayak e paddle acompanhados pela música de O Gringo Sou Eu, seguidos de caminhadas artísticas e concertos noturnos com aMijas, Cobrafuma, um B2B entre Aines e Saya, e a atuação da dj Lizatron.

O domingo marca a despedida com emissão em direto da Rádio Jardim e um lanche comunitário de encerramento.

Mais do que um festival

Por fim, Luís Sobreiro, representando toda a equipa responsável pelos 'Concertos que Nunca Existiram' deixa as seguintes palavras sobre a edição deste ano: “Mais do que um festival, os CQNE são um gesto coletivo. Nascem da força da Associação Rústico e da dedicação voluntária de todos os que acreditam neste projeto, feito de parcerias, partilha e entreajuda. A edição de 2025 marca um salto de um para três dias e aponta para um futuro que continua a ser incerto, mas sempre movido pela mesma convicção: a de que há comunidade para fazer existir os concertos que nunca existiram”.