Telmo Pinto, secretário da Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa, marcou presença na cerimónia de inauguração do novo Centro Tecnológico Especializado (CTE) Industrial, onde destacou o papel determinante deste tipo de investimento para o futuro da região. Sublinhou a importância do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e das verbas atribuídas ao ensino profissional, reforçando que “são cerca de 450 milhões de euros que nunca mais voltarão com esta dimensão para o país. É agora ou nunca para valorizar o ensino profissional”.
Segundo o responsável da CIM, a criação destes centros não pode ser vista como um simples reforço de infraestruturas, mas como um motor de transformação regional. “O equipamento por si só não vale. O que vale é o conhecimento que vai ser transferido para os nossos alunos e, por sua vez, para o tecido empresarial local”, afirmou. Telmo Pinto explicou ainda o papel ativo da Comunidade Intermunicipal na concertação da oferta formativa, que considera essencial para garantir a resposta às necessidades de todo o território. “A formação profissional começa na escola, mas deve ser articulada a nível municipal e intermunicipal. É assim que asseguramos coerência e eficácia na resposta aos desafios dos 11 municípios que compõem a CIM.”
Sobre o território do Tâmega e Sousa, o secretário relembrou a sua diversidade e os diferentes níveis de desenvolvimento, dizendo que “há concelhos com grande concentração industrial como Penafiel, Lousada ou Marco de Canaveses, e outros de baixa densidade como Baião ou Resende. Os desafios são distintos e é por isso que temos de ajustar a oferta formativa a cada realidade”. Neste contexto, destacou com orgulho que a região acolhe já 22 Centros Tecnológicos Especializados, dos quais cinco são industriais. “É sinal da vitalidade das nossas escolas e da aposta clara no ensino profissional”, frisou.
Um dos pontos que mais enfatizou foi o da mobilidade intermunicipal, apontando-o como um obstáculo ainda por resolver, mas que está na mira da CIM: “Sabemos que a mobilidade continua a ser um entrave para que muitos jovens possam frequentar cursos noutros concelhos. Mas, como autoridade de transportes, é nossa responsabilidade criar soluções para que as escolhas dos jovens não fiquem limitadas pela distância.” E acrescentou: “Acredito que, no futuro, os alunos escolherão a escola não por estar perto de casa, mas porque oferece a melhor formação para os seus objetivos.”
Por fim, Telmo Pinto fez questão de combater o estigma ainda presente em relação ao ensino profissional: “Temos de acabar com esta visão de que o ensino profissional é uma segunda escolha. Não é. Deve estar lado a lado com as vias científicas e humanísticas. Nos países mais desenvolvidos, o ensino profissional é uma escolha de excelência — e é isso que também queremos para os nossos jovens.” Para o secretário da CIM, estes centros representam mais do que um investimento educativo: são “alicerces para o desenvolvimento económico e social, criando oportunidades não só para quem cá vive, mas também para integrar quem vem de fora.”