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Marco de Canaveses
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Escola Secundária do Marco inaugurou Centro Tecnológico Especializado Industrial

A Escola Secundária do Marco de Canaveses celebrou esta quarta-feira, 14 de maio, a inauguração do seu novo Centro Tecnológico Especializado (CTE) Industrial, um investimento superior a 1,6 milhões de euros, cofinanciado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Redação

Este centro visa reforçar a formação profissional nas áreas de robótica, eletrónica e design industrial e têxtil, alinhando-se com as necessidades do mercado de trabalho e promovendo a inovação e a competitividade da região.

Durante a cerimónia, a diretora do Agrupamento de Escolas n.º 1 do Marco de Canaveses, Berta Magalhães, destacou a importância deste projeto para a comunidade educativa e empresarial local. Segundo a diretora, o CTE representa "uma estratégia para combater desigualdades sociais e de género, aumentar a resiliência do emprego e modernizar a oferta educativa, especialmente em cursos profissionais de nível secundário e pós-secundário não superior". 

O novo centro irá oferecer cursos de Técnico de Eletrónica, Automação e Computadores e Técnico de Design de Moda, selecionados com base em critérios estratégicos definidos pelo Sistema de Antecipação das Necessidades de Qualificação (SANQ) e articulados com a realidade empresarial da região. 

Berta Magalhães enfatizou ainda que "a criação do CTE é vista como uma estratégia para combater desigualdades sociais e de género, aumentar a resiliência do emprego e modernizar a oferta educativa". O centro surge como um parceiro estratégico para o tecido empresarial local, oferecendo profissionais com formação direcionada para as suas necessidades e facilitando a criação de sinergias, estágios e projetos de co-desenvolvimento.

Berta Magalhães destacou ainda o valor estratégico do investimento na retenção de talento jovem no concelho: “Este centro não só oferece novas oportunidades aos nossos alunos, como também ajuda a fixar jovens qualificados na região, contrariando o êxodo e contribuindo para o desenvolvimento sustentável do território.” A diretora relembrou o potencial da região, sublinhando que Marco de Canaveses “é hoje um polo de dinamismo económico, com empresas de excelência nas áreas da metalomecânica, construção e indústria transformadora.”

A responsável educativa reforçou o papel dos docentes e parceiros na concretização do projeto: “Nada disto teria sido possível sem o esforço incansável de professores e técnicos que acreditaram desde o início nesta visão.” 

Secretário da CIM do Tâmega e Sousa defende ensino profissional como pilar estratégico para o desenvolvimento regional e apela à valorização das escolhas formativas dos jovens

Telmo Pinto, secretário da Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa, marcou presença na cerimónia de inauguração do novo Centro Tecnológico Especializado (CTE) Industrial, onde destacou o papel determinante deste tipo de investimento para o futuro da região. Sublinhou a importância do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e das verbas atribuídas ao ensino profissional, reforçando que “são cerca de 450 milhões de euros que nunca mais voltarão com esta dimensão para o país. É agora ou nunca para valorizar o ensino profissional”.

Segundo o responsável da CIM, a criação destes centros não pode ser vista como um simples reforço de infraestruturas, mas como um motor de transformação regional. “O equipamento por si só não vale. O que vale é o conhecimento que vai ser transferido para os nossos alunos e, por sua vez, para o tecido empresarial local”, afirmou. Telmo Pinto explicou ainda o papel ativo da Comunidade Intermunicipal na concertação da oferta formativa, que considera essencial para garantir a resposta às necessidades de todo o território. “A formação profissional começa na escola, mas deve ser articulada a nível municipal e intermunicipal. É assim que asseguramos coerência e eficácia na resposta aos desafios dos 11 municípios que compõem a CIM.”

Sobre o território do Tâmega e Sousa, o secretário relembrou a sua diversidade e os diferentes níveis de desenvolvimento, dizendo que “há concelhos com grande concentração industrial como Penafiel, Lousada ou Marco de Canaveses, e outros de baixa densidade como Baião ou Resende. Os desafios são distintos e é por isso que temos de ajustar a oferta formativa a cada realidade”. Neste contexto, destacou com orgulho que a região acolhe já 22 Centros Tecnológicos Especializados, dos quais cinco são industriais. “É sinal da vitalidade das nossas escolas e da aposta clara no ensino profissional”, frisou.

Um dos pontos que mais enfatizou foi o da mobilidade intermunicipal, apontando-o como um obstáculo ainda por resolver, mas que está na mira da CIM: “Sabemos que a mobilidade continua a ser um entrave para que muitos jovens possam frequentar cursos noutros concelhos. Mas, como autoridade de transportes, é nossa responsabilidade criar soluções para que as escolhas dos jovens não fiquem limitadas pela distância.” E acrescentou: “Acredito que, no futuro, os alunos escolherão a escola não por estar perto de casa, mas porque oferece a melhor formação para os seus objetivos.”

Por fim, Telmo Pinto fez questão de combater o estigma ainda presente em relação ao ensino profissional: “Temos de acabar com esta visão de que o ensino profissional é uma segunda escolha. Não é. Deve estar lado a lado com as vias científicas e humanísticas. Nos países mais desenvolvidos, o ensino profissional é uma escolha de excelência — e é isso que também queremos para os nossos jovens.” Para o secretário da CIM, estes centros representam mais do que um investimento educativo: são “alicerces para o desenvolvimento económico e social, criando oportunidades não só para quem cá vive, mas também para integrar quem vem de fora.”

Vereadora Clara Mendes afirma que o novo centro é um marco histórico na preparação dos jovens para os desafios da indústria moderna e da inovação

Durante a cerimónia de inauguração, Clara Mendes, vereadora com o pelouro da Educação da Câmara Municipal do Marco de Canaveses, salientou o carácter transformador deste projeto. “Estamos aqui para celebrar a inauguração de um projeto inovador que coloca a Escola Secundária na vanguarda do ensino profissional em Portugal”, começou por afirmar. Apelidado por muitos de “a fábrica dentro da escola”, o novo centro é, segundo a vereadora, muito mais do que uma infraestrutura: “É um projeto transformador, que materializa o compromisso do nosso concelho com a educação, a inovação e o futuro dos nossos jovens.”

Clara Mendes destacou o papel da direção do agrupamento, dos professores e dos parceiros que tornaram possível esta realização, frisando que “o Marco de Canaveses, juntamente com Felgueiras, foi um dos únicos concelhos da comunidade intermunicipal a ver aprovados estes projetos na primeira fase do PRR”. Para a autarca, este centro representa um “marco histórico”, pois “prepara os nossos jovens para os desafios da indústria moderna, dotando-os de competências técnicas e práticas altamente especializadas”. Além disso, considerou que este projeto reforça a ligação entre escola e mercado de trabalho e “atrai investimento e parcerias com empresas locais e nacionais, fortalecendo a empregabilidade na nossa região”.

Um dos aspetos mais relevantes, segundo Clara Mendes, é o impacto na orientação vocacional dos alunos: “Muitos jovens terminam o ensino secundário com dúvidas sobre que caminho seguir. Aqui terão a oportunidade de experimentar, de errar, de aprender e, acima de tudo, de descobrir a sua vocação.” A vereadora não esqueceu o papel dos docentes neste processo, sublinhando que “os professores e formadores serão os grandes impulsionadores deste projeto. A sua dedicação e capacidade de inovação são a chave para o sucesso desta fábrica de talentos.”

Para concluir, deixou uma mensagem motivadora aos alunos e uma nota de otimismo sobre o futuro: “O futuro pertence a quem o constrói com as próprias mãos. E a partir de hoje, vós tereis as ferramentas para isso.” Clara Mendes anunciou ainda que estão prestes a inaugurar um segundo centro tecnológico, desta vez na área digital, o que consolidará o Marco de Canaveses como um “referencial de excelência educativa na região”.

Representante da ANQEP destaca o impacto nacional dos CTE e elogia o empenho das escolas na concretização de um projeto com alcance económico e territorial

Ângela Dionísio, representante da Agência Nacional para a Qualificação e o Ensino Profissional (ANQEP), sublinhou o impacto desta medida de política pública financiada pelo PRR. "OS CTE visam reequipar e infraestruturar tecnologicamente as escolas com ofertas profissionalizantes”, sendo fundamentais para “criar ou melhorar as condições de aprendizagem dos alunos, modernizar e codificar as ofertas formativas, e responder às exigências do mercado de trabalho”.

Durante a sua intervenção, destacou os objetivos estratégicos do projeto: “Queremos reforçar a atratividade destas ofertas de dupla certificação, atrair mais diplomados em áreas emergentes e, simultaneamente, contribuir para a afirmação competitiva dos territórios e para a coesão social e territorial.” A responsável da ANQEP realçou que este investimento vai muito além da educação, afirmando que “isto vai para o tecido produtivo, tem efeitos no território, e é isso que se pretende — efeitos mais alargados.”

Reconhecendo os desafios enfrentados pelas escolas, elogiou o esforço feito pelas equipas: “As escolas tiveram de assumir tarefas para as quais não estavam preparadas — desde contratação pública até ao acompanhamento de obras — mas conseguiram. Isso está bem patente aqui, neste exemplo concreto e inspirador.” A concluir, Ângela Dionísio destacou o entusiasmo visível na comunidade escolar, classificando-o como “latente e contagiante”, e desejou “as maiores felicidades a todos os que contribuíram para este projeto”.

Marta Vanzeller: "Este centro é um orgulho imenso para todos nós"

Marta Vanzeller, adjunta da direção, destacou o esforço coletivo que levou à conclusão do projeto. "Este centro é um orgulho imenso para todos nós. Foi um trabalho de muita gente, uma equipa extraordinária e dedicada. Estamos a testemunhar o resultado de um esforço conjunto e o centro é uma prova de que juntos somos mais fortes. Sozinhos podemos ir mais depressa, mas nunca iremos tão longe. Este projeto mostra claramente que, quando trabalhamos juntos, alcançamos grandes conquistas", afirmou Vanzeller.