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Marco de Canaveses
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Manuel Carva, o marcoense que não falha uma edição das 24 Horas de Le Mans

Um fascínio que começou na infância com o filme de Steve McQueen.

Redação

A paixão de Manuel Carva pelas 24 Horas de Le Mans começou muito antes de pôr os pés em França. Em criança, enquanto vivia em Angola, em Nova Lisboa (atual Huambo), o gosto pelas corridas de resistência foi-se alimentando com o envolvimento do próprio pai na organização de provas de seis horas. Mas foi um filme que acabou por marcar o destino.


"Foi nos anos 70 que vi o filme As 24 Horas de Le Mans, com o Steve McQueen, e disse para mim próprio: eu hei de ir às 24 horas de Le Mans um dia", recorda. Esse desejo concretizou-se pela primeira vez em 2007. Desde então, soma já 16 presenças no mítico circuito francês.

Muito mais do que uma corrida: um ambiente único

Para Manuel, não é apenas a competição que o leva todos os anos a Le Mans. "Isto não é só um acontecimento desportivo, mas também social. Conheci muita gente de outros países estando aqui", explica.


O ambiente de convívio é reforçado pela tradição do campismo. "Não ficamos em hotéis, ficamos num parque de campismo. Não é por ser barato, é mesmo por uma questão social. Veem-se grandes carros com as suas tendas, para conviverem e assistirem ao acontecimento", destaca.


A dimensão única desta prova é reconhecida internacionalmente. "A National Geographic publicou um artigo onde considerava este evento, em muitos aspetos, superior ao Super Bowl", acrescenta o marcoense.

Quem vai uma vez, quer voltar

O espírito que envolve as 24 Horas de Le Mans é tão cativante que muitos acabam por regressar ano após ano. "Corre-se sempre o risco de querer vir no ano seguinte, e no seguinte, e no seguinte. Tenho exemplos de pessoas a quem aconteceu isso", diz Manuel, que atualmente é já reformado e aproveita para chegar com antecedência.


"Já cá estou desde o dia 6 de junho. A maior parte das pessoas só vem a meio da semana, mas faço questão de estar cá antes, desde as verificações técnicas no centro da cidade", revela.

Uma experiência acessível

Apesar da longa viagem de 1410 quilómetros até ao Marco de Canaveses, Manuel sublinha que assistir a esta prova não representa um investimento muito elevado. "Não é preciso muito dinheiro. O orçamento ronda os 500, 600 euros, no máximo. Em comparação, cheguei a gastar cerca de 800 euros para assistir a uma prova em Portimão", refere.

A proximidade com os pilotos portugueses

Outro dos grandes atrativos de Le Mans é a proximidade com os pilotos. "Faço questão, todos os anos, de cumprimentar os pilotos portugueses", afirma.


Com Filipe Albuquerque, essa ligação já é reconhecida. "O homem, de me ver durante anos consecutivos, já se ri para mim e diz ‘eu já o conheço, você está cá outra vez’", conta Manuel, satisfeito.
Este ano cumprimentou ainda Bernardo Sousa, mas não pôde encontrar Félix da Costa, que estava ausente naquele dia.

Os companheiros de viagem do Marco de Canaveses

Manuel não vai sozinho para Le Mans. "Os marcoenses que encontro aqui são os que vêm comigo. Eles sabem que conheço isto muito bem e sabem que podem vir comigo, porque isto é uma experiência única", sublinha.
Entre os companheiros habituais está Luís Almeida, que o acompanha desde a primeira deslocação em 2007. Mais recentemente, juntou-se também Bruno Caetano. "Desde que veio, há três anos, não quis deixar de vir", revela.
Este ano, a comitiva seria maior, não fosse um colega ter ficado impossibilitado de viajar por motivos de saúde.

Le Mans: um evento sem comparação

Para Manuel Carva, as 24 Horas de Le Mans são insubstituíveis. "Esta prova é única. Gostaria até de ir a outras, mas são muito longe e com preços proibitivos", admite.


E já pensa no próximo ano: "Provavelmente, para o ano estaremos novamente aqui".