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Portugal
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PSD aposta no Porto e Gaia para recuperar liderança autárquica e reforça coligações alargadas

Sociais-democratas procuram regressar ao topo com 156 coligações e forte presença na Área Metropolitana do Porto.

Redação

O PSD vai apostar fortemente nas eleições autárquicas de 12 de outubro com o objetivo de reconquistar a liderança perdida em 2013, colocando o foco nas áreas metropolitanas, como o Porto e Vila Nova de Gaia, onde os atuais presidentes não se podem recandidatar. No distrito do Porto, os sociais-democratas preparam uma ofensiva estratégica, com coligações alargadas e nomes fortes para tentar recuperar peso político na região.

Pedro Duarte é aposta para o Porto

A candidatura de Pedro Duarte à presidência da Câmara Municipal do Porto é uma das grandes bandeiras da estratégia do PSD para a Área Metropolitana. Com o apoio do CDS-PP e da Iniciativa Liberal, a coligação tenta conquistar a segunda maior autarquia do país, atualmente liderada por Rui Moreira, que não se recandidata após três mandatos.

A operação na Invicta representa não só a tentativa de reconquistar um município simbólico como também de reforçar a imagem de união do centro-direita, num acordo que, segundo o partido, envolveu negociações complexas, sobretudo na distribuição de lugares.

Gondomar, Gaia e outros alvos no distrito

Outro município-chave é Gondomar, onde o deputado Emídio Guerreiro será o rosto da candidatura social-democrata. Caso seja eleito, terá de abdicar do mandato parlamentar. Em Gaia, onde Eduardo Vítor Rodrigues (PS) termina os seus mandatos consecutivos, o PSD vê uma janela de oportunidade para regressar a uma câmara que já liderou no passado.

O distrito do Porto continua a ser um dos mais relevantes no mapa político nacional. A ambição do partido liderado por Luís Montenegro passa por travar o domínio socialista na região e reduzir o diferencial de 35 câmaras, atualmente a favor do PS, apostando em coligações e numa imagem de renovação.

Coligações alargadas e independentes com peso nacional

De acordo com o coordenador autárquico do PSD, Pedro Alves, os sociais-democratas concorrem em 149 autarquias em nome próprio e apresentaram 156 coligações, sendo 114 com o CDS-PP, seis com a Iniciativa Liberal e outras 17 com os dois partidos em conjunto. Há ainda 19 coligações com outros parceiros políticos, como o MPT e o PPM.

Em paralelo, o partido apoiará oito candidaturas independentes. Entre os casos mais emblemáticos estão Isaltino Morais, que se recandidata a Oeiras, e Pedro Santana Lopes, na Figueira da Foz, que lidera uma lista conjunta com o CDS-PP.

Mulheres e rostos renovados

Apesar de ainda representar uma percentagem modesta, o PSD apresenta 48 mulheres como candidatas a presidências de Câmara, cerca de 15% do total. A renovação também se verifica com a substituição de 19 autarcas impedidos de se recandidatar por força da lei de limitação de mandatos, incluindo figuras como Carlos Carreiras (Cascais), Ricardo Rio (Braga) e Ribau Esteves (Aveiro).

Objetivo: reconquistar a ANMP e a Anafre

A moção de estratégia de Luís Montenegro traça como principal meta a recuperação da liderança da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) e da Associação Nacional de Freguesias (Anafre). Para isso, será determinante inverter a atual correlação de forças com o PS, que preside a mais 35 câmaras.

Com a expectativa de crescer nas principais áreas urbanas e reforçar as coligações, o PSD entra na reta final rumo às autárquicas com uma estratégia bem definida e um olhar atento ao distrito do Porto, onde os resultados poderão ser determinantes para o xadrez político nacional.