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21 de janeiro de 1982. Data em que saiu para as bancas a primeira edição do Jornal A VERDADE, no concelho de Marco de Canaveses. Focado em levar até aos leitores os principais acontecimentos da quinzena no concelho, o jornal foi indo de boca em boca, de mão em mão e, 40 anos volvidos, é hoje uma das forte presença na comunicação regional do Tâmega e Sousa. Como forma de assinalar as quatro décadas de existência, preparámos um especial, com entrevistas às principais figuras deste órgão de comunicação de Marco de Canaveses.

O primeiro diretor do Jornal A VERDADE aquando da sua criação em 1982 foi Coutinho Ribeiro. Mais tarde, em 1988, foi António Almeida que tomou conta da redação do jornal. “Foi uma proposta de surpresa. Tinha uma pequena indústria de artefactos, mas que não estava nos melhores dias. Queria lançar-me na indústria das malhas e em conversa com o antigo presidente da câmara, Avelino Ferreira Torres, que já me conhecia, ele propôs-me que eu tomasse conta do jornal, uma vez que tinha formação na área da escrita”, recordou.

Foi então que começou uma das maiores aventuras da sua vida. Chegado à redação deparou-se apenas com “uma máquina de escrever” e com uma situação um pouco difícil a nível financeiro. “O jornal era editado em Chaves, o que me obrigava a fazer longas deslocações, por vezes, de madrugada. Fiz muitas vezes o Marão, porque não havia autoestrada”, disse.

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A partir do momento em que assumiu a direção do Jornal A VERDADE, António Almeida focou-se no que, para ele, era o fundamental: “dar credibilidade ao jornal. Foi um dos meus principais objetivos. A minha intenção era séria e sempre foi. O jornal era associado à política e, desde sempre, essa foi a minha luta – torná-lo isento”

Contudo, surge mais um problema, o de rentabilizar o jornal. “Foi um período muito difícil. Tinha construído a minha casa em 1987, um ano antes, e estava a pagar uma prestação de 2.500 escudos e eu ganhava 2.000. A prestação da casa era maior e o jornal não era rentável, então, tive que recorrer à minha esposa, que fazia uns bordados, na época, e sacrificou-se para ajudar. Tenho muito a agradecer”, enalteceu. 

António Almeida começou, então, a fazer um “trabalho quinzenal” em que o objetivo era levar a informação às pessoas, às quintas-feiras, de duas em duas semanas. “Comecei a fazer um trabalho quinzenal pelas freguesias. Destacava os três principais órgãos da freguesia: a igreja, a autarquia e a parte social. Foi a partir dessa base que comecei”, recordou.

Passado uns anos, o filho mais velho de António Almeida decidiu fazer uma pausa nos estudos e, como forma de “o castigar”, o então diretor do Jornal A VERDADE decidiu colocá-lo a trabalhar na redação. “Acontece que o ‘castigo’ foi a alegria dele. Foi uma aventura também para ele porque, com a informatização, despertou-lhe o interesse pela escrita e pelo jornalismo”, revelou. Foi então que, com a ajuda do seu filho Vítor Almeida, decidiu dar mais um passo no futuro do jornal. “Comprámos o primeiro computador, que custou, na época, cinco mil euros. Até então, apenas tínhamos uma máquina de escrever”, relembrou.

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Com o passar dos anos, o Jornal A VERDADE foi “ganhando credibilidade” e “as coisas começaram a entrar nos eixos”. Mais tarde, o filho de António Almeida começou “a compor o jornal”, o que permitia que fosse mais dinâmico e atualizado. “Se o Vítor não ganhasse o gosto e desse sequência, se calhar, o jornal, hoje em dia, já não existia”, afirmou. 

Poucos anos depois de começar a trabalhar com o pai, Vítor Almeida assumiu o papel de administrador do jornal, uma vez que tinha ‘gosto’ no que fazia. “O Vítor deu sequência ao que já existia, tornando-o mais dinâmico. Para além de ser jovem, com conhecimentos, a maior parte dos colegas de escolas começaram a tornar-se empresários, o que fez com que tivesse uma certa confiança no setor comercial. E, em conjunto com a Anabela Vasconcelos, sua esposa, deram uma transformação enorme ao jornal e todo o projeto foi para a frente. Por detrás de um grande homem, está sempre uma grande mulher”, afirmou.

António Almeida continuou a colaborar com o Jornal A VERDADE até ao ano de 2018. Nos últimos anos, era o responsável pela parte do desporto, uma área que sempre o fascinou. 

O ex-diretor deixa ainda uma mensagem a todos os leitores: “Colaborem porque o jornal empenha-se em comunicar tudo o que se passa no concelho. O jornal em papel é muito importante, porque leva todas as notícias até aos leitores. Em certas situações, o Jornal A VERDADE sobrepõe-se a alguns órgãos nacionais, em termos de comunicação constante”, concluiu.