A proposta de Orçamento do Estado garante que, em 2026, quem aufira o salário mínimo não pagará IRS, através da atualização do chamado “mínimo de existência”, mecanismo que protege os rendimentos mais baixos.
De acordo com o OE2026, o referencial de isenção passará a corresponder “ao maior valor entre 12.880 euros anuais e 1,5 × 14 × IAS (Indexante dos Apoios Sociais)”. Este valor anual de 12.880 euros equivale precisamente a 14 meses de salário mínimo de 920 euros (incluindo subsídios de férias e de Natal), assegurando que todos os trabalhadores com este rendimento ficam fora da tributação.
Em 2025, o limite de isenção estava fixado nos 12.180 euros anuais, o que significa um aumento de 700 euros no limiar do mínimo de existência.
Atualmente, a fórmula baseada no IAS já produz um valor superior a 920 euros — cerca de 972,5 euros mensais —, o que significa que o limite real de isenção em 2026 será provavelmente superior, uma vez que o IAS será atualizado em função do PIB e da inflação.
Esta atualização do mínimo de existência representa um impacto orçamental estimado em 85 milhões de euros, segundo o relatório do OE2026.
O mecanismo não só garante isenção total de IRS para quem ganha até ao novo salário mínimo, como reduz a taxa de imposto para quem aufira rendimentos ligeiramente superiores, aplicando uma dedução parcial prevista no Código do IRS.