“Por acaso, sempre gostei de ir à escola, nunca vi as aulas como uma obrigação, mas também não era aquela aluna mortinha por ir para a escola. Gostava de aprender coisas novas e de praticar as matérias de que mais gostava”, confessou ao Jornal A VERDADE.
Uma das melhores alunas da Escola Secundária de Idães, a relação tranquila de Catarina com a escola não significava, de todo, resultados mais baixos; pelo contrário: “Tive sempre esta boa relação com a escola e, desde pequenina, que tiro boas notas”.
Motivada pela vontade de aprender e de seguir os seus interesses, quando Catarina foi confrontada com a escolha de cursos no secundário, a única opção na mesa era Ciências e Tecnologias. “Já sabia que Ciências era o curso que ia escolher, gostei sempre das áreas da ciência, da matemática e da biologia. Soube logo que tinha de seguir este curso e nunca me coloquei a hipótese de seguir outro caminho”, explicou a antiga aluna de Idães.
A entrada no 10.º ano veio a refletir a postura confiante e determinada de Catarina Melo, que enfrentou este capítulo apenas como “a continuação do meu percurso até aquele ponto”. A jovem estudante não se recorda de um período de adaptação ou dificuldades entre o ensino básico e o secundário, algo que, pelos avisos dos professores, seria normal.
Contudo, as capacidades e o esforço de Catarina falaram mais alto e, depois de três anos de trabalho para criar e manter uma boa média, a aluna felgueirense admite que, para se ser bom aluno, não é preciso estudar intensivamente. “O meu estudo é à minha maneira e não é aquele trabalho intensivo. Uma das coisas que mais me ajudou foi estar atenta nas aulas e depois estudar consoante o que era preciso, evitando passar horas só a tentar decorar matéria em vez de me focar em realmente perceber os conteúdos”, salientou.
Enquanto estudava para as avaliações, o peso de construir uma boa média estava sempre presente e, sobre essa constante necessidade de mostrar resultados, Catarina disse o seguinte: “Era uma mistura de emoções, estamos sempre a pensar e a trabalhar para a média, mas não sinto que fosse um peso”.
Encarando todos os desafios destes três anos com uma certa leveza, mas também com seriedade, Catarina Melo conseguiu terminar o secundário com uma das melhores médias da sua escola, um feito do qual a própria se orgulha. “Tive sempre orgulho das minhas notas e gosto de ver os meus bons resultados porque me esforcei para os ter”, salientou.
A escolha do ensino superior e a descoberta da Engenharia Biomédica
Assim, depois de terminar este capítulo da melhor maneira possível, o foco de Catarina Melo virava-se para o ensino superior, mais precisamente para o curso que deveria escolher. A área da saúde e da medicina era um interesse antigo já na infância, mas, com o passar dos anos, a tecnologia e a matemática despertaram também o interesse da felgueirense.
A melhor solução para este dilema seria, então, “juntar tudo, a parte da medicina e da tecnologia num curso. Foi aí que descobri Engenharia Biomédica”. Tal como o resto dos seus colegas, Catarina pesquisou vários cursos até encontrar aquele que encaixava mesmo naquilo que queria, e, mal ouviu falar de Engenharia Biomédica, fez-se luz.
“Adorei o curso só de ver as cadeiras, juntava tudo o que queria e, quando falei com um antigo estudante, alguém que me pudesse dar a perspetiva de quem já passou pelo curso, percebi que era mesmo isto que queria seguir”, completou a caloira de engenharia. Entrar no ISEP como primeira opção deixou Catarina “muito feliz” e entusiasmada para dar início a esta nova etapa de descoberta, tanto acadêmica como social.
Experiências académicas e conselhos finais
Nesse sentido, a aluna natural de Idães decidiu experimentar as praxes da academia do Porto, algo recomendado por muitos alunos, mas que acaba por não ser para todos. “Fui naquela de experimentar, se gostasse ficava, se não ia embora. Fui no primeiro dia, gostei”.
Conhecer os colegas e novas pessoas compensou o lado “mais complicado e duro” da praxe, algo que, segundo a caloira, “só acrescenta à experiência, porque não sofremos sozinhos, sofremos todos juntos”. Além disso, a praxe vai para além do estereótipo de seguir ordens dos doutores, sendo as várias atividades de convívio levadas a cabo no campus pelos alunos mais velhos que tornam a faculdade “mais do que um sítio para ir às aulas”.
Por fim, refletindo sobre o tempo que passou no secundário, Catarina Melo deixou o seguinte conselho aos seus antigos colegas: “Sigam aquilo que gostam de fazer, façam as coisas à vossa maneira. Não é por terem uma média alta que têm de ir para Medicina ou para um curso com médias elevadas. Entrem naquilo que querem e que gostem”.
