A gestora da infraestrutura revelou que estas mudanças fazem parte de novas fases de investimento no equipamento, que abriu há três anos e já transportou mais de 24,3 milhões de passageiros.
O Terminal Intermodal de Campanhã (TIC), no Porto, vai passar a ter fluxos separados para entradas e saídas de veículos e contará com um novo parque de apoio em São Roque, anunciou a STCP Serviços.
A gestora da infraestrutura revelou que estas mudanças fazem parte de novas fases de investimento no equipamento, que abriu há três anos e já transportou mais de 24,3 milhões de passageiros.
Segundo nota publicada no site oficial da empresa, os investimentos visam corrigir problemas de funcionamento e melhorar a experiência de passageiros e operadores. Desde o início de julho foram implementadas várias alterações, a que se seguirão duas fases adicionais de intervenção.
Ainda durante o ano de 2025, na segunda fase de investimentos, será criado o parque de São Roque, destinado a autocarros e viaturas ligeiras. Este novo espaço incluirá “uma sala de motoristas para descanso e refeições”, bem como uma área de apoio “para limpeza e manutenção das viaturas nos seus tempos de suporte”. Para os veículos ligeiros, o parque oferecerá lugares de estacionamento “a um preço mais atrativo do que o existente no edifício do terminal”.
Além disso, está prevista a ampliação das instalações sanitárias, que passarão de 13 para 31, e a entrada em funcionamento, em agosto, dos tapetes rolantes da passagem inferior pedonal.
A terceira fase, cuja empreitada deverá ser lançada ainda este ano, implicará uma “reformulação mais profunda na operação” do terminal. A STCP Serviços adianta que todas as entradas (de ligeiros e autocarros) passarão a ser feitas pelo lado sul, ficando as saídas localizadas a norte — no caso dos ligeiros, através de uma nova saída no parque de estacionamento. A zona de controlo de acesso dos autocarros ao cais será também deslocada, para evitar impactos na circulação junto à rotunda do edifício.
Os cais de embarque serão reorganizados: 18 irão manter-se, mas com disposição diferente, dispensando o atravessamento do terminal por parte dos passageiros. A área pedonal e de espera será ampliada dos atuais 968 m² para 1.612 m². Está igualmente prevista a instalação de uma escada rolante entre o cais e a passagem inferior pedonal, bem como o reforço da sinalética no interior do edifício.
Desde o início do mês foram também concretizadas alterações como a exclusividade da rotunda interior para autocarros e utilizadores do parque, com oferta de 10 minutos gratuitos para tomada e largada de passageiros. Foram ainda aumentadas as zonas de paragem de curta duração para viaturas privadas e TVDE, criados novos lugares para táxis (com limite de 10 minutos), colocados balizadores para impedir estacionamento abusivo e criada uma bolsa de paragem junto ao recinto escolar da Rua Pinheiro de Campanhã.
Estas modificações correspondem a uma fase inicial da “adaptação funcional” do terminal, cuja redefinição foi encomendada, no ano passado, ao arquiteto do edifício, Nuno Brandão Costa, por 47,9 mil euros.
Em relação aos cais, o objetivo da reconfiguração é garantir que a operação se realiza no lado principal do terminal, evitando o atravessamento de peões. Será ainda revista a altura das plataformas, de forma a cumprir as boas práticas de acessibilidade.
Apesar de premiado, o TIC tem sido alvo de críticas quanto ao seu funcionamento. Em 2023, o presidente da Ordem dos Arquitetos, Avelino Oliveira, reconheceu que o terminal “tem uma dimensão de problemáticas muito grande” a nível funcional e operacional.
O Terminal Intermodal de Campanhã representou um investimento de 13,2 milhões de euros, dos quais 8,5 milhões foram financiados pelo programa Norte 2020. Em 2024, o terminal gerou aumentos na utilização de outros transportes: 5% na CP, 13% no Metro do Porto e 23% nos autocarros urbanos.