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Novas regras do Registo Nacional de Utentes em vigor para melhorar serviços de saúde

Mais de 267 mil utentes com dados incompletos deverão regularizar registo para manter acesso pleno ao SNS.

Redação

Entraram em vigor esta quarta-feira, 2 de abril, as novas regras de organização e gestão do Registo Nacional de Utentes (RNU), com o objetivo de melhorar a qualidade dos dados dos cidadãos inscritos no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

A medida, anunciada pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), tem como objetivo "assegurar uma resposta mais eficiente, garantir médico de família a quem precisa e eliminar registos incompletos, que atualmente afetam 267.828 utentes", cita a Lusa.

Segundo comunicado da ACSS, as novas normas também abrangem a inscrição nos Cuidados de Saúde Primários (CSP), estabelecendo que apenas utentes com registo atualizado poderão ser inscritos nestas unidades. "Estes diplomas permitem melhorar a qualidade da identificação dos utentes e assegurar um médico de família a quem precisa", lê-se na nota.

Registo obrigatório e número único e definitivo

A partir de agora, o registo no RNU passa a ser condição obrigatória para qualquer cidadão que interaja com unidades do SNS. Este registo confere ao utente um Número Nacional de Utente (NNU), único e definitivo, sendo eliminada a prática de atribuição de números provisórios.

A ACSS sublinha que "em nenhuma circunstância é atribuído um número provisório no SNS", reforçando a importância da atualização dos dados pessoais para garantir o acesso ininterrupto aos serviços de saúde.

Atualização de dados será promovida pelas unidades de saúde

Com o novo regulamento, as Unidades Locais de Saúde (ULS) passam a ter um papel ativo na atualização e validação dos dados dos utentes. Este processo inclui o contacto direto com os cidadãos com registos incompletos, em várias fases: o primeiro contacto é feito no momento da identificação de falhas no registo, e será repetido ao fim de 90 dias, podendo ainda ser prorrogado por mais 90 dias.

A ACSS garante que os utentes "têm sempre a possibilidade de atualizar os seus dados, bastando dirigir-se a uma unidade de saúde e apresentar a documentação necessária", apelando à responsabilidade individual no cumprimento deste dever.

Dados fiáveis para um SNS mais eficiente

O reforço da qualidade dos dados no RNU é, segundo a ACSS, uma peça essencial para a modernização do sistema de saúde público. A existência de dados atualizados permite reduzir duplicações e inconsistências, melhorar o planeamento de recursos e facilitar o contacto com os utentes, sobretudo em situações clínicas urgentes.

"Reforçamos a importância da atualização atempada dos dados para garantir o acesso contínuo aos serviços do SNS e apelamos a todos os utentes para que regularizem a sua informação junto da sua Unidade de Saúde", conclui a nota da ACSS.

Com a entrada em vigor destas novas regras, o Governo espera dar mais um passo na transformação digital da saúde pública, promovendo um sistema mais justo, eficiente e centrado no cidadão.

Fotografia: Ordem dos Farmacêuticos