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Marco de Canaveses
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“Mais dia, menos dia, o Tony é artista de Queima das Fitas”: Rafael Monteiro celebra 10 anos de ligação com Tony Carreira

Faz esta sexta-feira, 18 de julho, uma década que Rafael Monteiro assistiu, pela primeira vez, a um concerto de Tony Carreira. O que começou como uma ida forçada pela mãe às Festas do Marco de Canaveses acabou por marcar profundamente a vida do jovem, hoje com 26 anos.

Redação

Foi ali, entre milhares de pessoas, que Rafael se deixou conquistar pelo artista português que há décadas preenche palcos em Portugal e junto das comunidades portuguesas no estrangeiro. "A história com o Tony começa por acaso nas festas do Marco, há precisamente 10 anos", recorda. “Fui obrigado pela minha mãe a ir assistir ao concerto e pronto, basicamente começou aí”.

“Cheguei à beira dele e disse que não gostava muito dele”

Natural de Ancede,  Baião, Rafael descreve com clareza a surpresa que teve nesse dia: “Na altura eu não gostava muito dele, não percebia porque é que os meus pais e a minha família assistiam sempre aos concertos dele no Natal, no Ano Novo, sempre o mesmo concerto na RTP. Mas, fiquei a gostar mais dele naquele dia.”

O momento mais marcante surgiu no final do espetáculo. “Cheguei à beira dele, na altura dos autógrafos, e disse que não o suportava muito. Mas, ele mostrou-me que não era nada daquilo que eu pensava. Estava muito atento às pessoas, falava com quem estava na frente do palco, percebia quem estava mais triste ou mais alegre... uma ligação fantástica com o público.”

Rafael contou ainda que partilhou com Tony o sonho de ser cantor. “Disse-lhe que queria ser cantor como ele. Cantámos juntos, e mais tarde voltámos a cantar. Foi importante para mim, até porque estava a passar por bullying na altura. O Tony deu-me um novo ânimo, autoestima, um sentido para a vida. Um artista daquele nível dar atenção a um miúdo qualquer… Isso marcou-me para sempre.”

“Mais dia, menos dia ele é artista de Queima das Fitas”

A relação com o artista manteve-se ao longo dos anos. Rafael, hoje também ligado à música, reconhece que o seu gosto por Tony nem sempre é compreendido pelos amigos da mesma geração. Ainda assim, não se inibe de o partilhar.

“Faço aquilo que os meus pais faziam. Há agora uma geração nova que vai aos concertos do Tony com os pais. Começa-se a ver muito pessoal novo. Ele tem músicas intemporais. Nunca nos cansamos delas. São músicas que ouvimos em festas, em jantares de família, em momentos de alegria ou de tristeza. Mais dia, menos dia, ele é artista de Queima das Fitas”, considerou.

Além disso, sublinhou a capacidade de Tony se manter atual. “Consegue reinventar-se. Participou no tema ‘Beijo’ com o Mickael, o Toy e o Anselmo Ralph — um quarteto improvável. Já colaborou com a Mariza, com o Nininho Vaz Maia… Está sempre próximo das pessoas”

“Não tem nojo das pessoas”

A admiração de Rafael não se resume ao palco. É, sobretudo, pela forma de estar de Tony que o jovem mais se revê. “Ele está até à última pessoa a tirar fotografias e a dar autógrafos. Não tem aquele típico ‘nojo’ de artista. Se o pararem na rua, ele pára, sai do carro e conversa com as pessoas.”

“É o maior artista do país, ou pelo menos o artista com mais sucesso. Mas, é também um ser humano grato, humilde, terra a terra. Tenho uma relação mais próxima com ele hoje em dia. Sou fã do Tony e sou fã do António — do artista e da pessoa.”

Rafael recorda um momento em particular: “Uma vez esteve até às oito da manhã, no Meo Arena, a tirar fotos e a falar com as pessoas. Ele costuma dizer que são essas pessoas que lhe permitiram viver daquilo que escolheu como profissão. E leva isso muito a sério”.

Um novo videoclipe e a humildade que permanece

A ligação aos Carreira foi mais longe. Rafael e a mãe, Cristina Monteiro, participam no mais recente videoclipe de Mickael Carreira, “Beijo”. “Já é o segundo videoclipe em que participo",afirmou. Foi gravado perto do Palácio da Ajuda. Até o cantor José Malhoa aparece, como vizinho mal-encarado.

Sobre a forma como surgiu o convite, Rafael é claro: “Foi através do clube de fãs. Nessas gravações eles abrem espaço aos fãs. Não contratam figurantes. É uma forma de agradecer o apoio de quem os segue. Até nisso se vê a humildade deles.”

Concerto no Marco: “É uma máquina bem oleada”

Esta sexta-feira, Tony Carreira regressa às Festas do Marco. Rafael estará, naturalmente, entre o público. E não esconde o entusiasmo. “Ele investe muito nos concertos. Apesar de o repertório ser muitas vezes semelhante, ele surpreende sempre. É uma máquina muito bem preparada, como um FC Porto ou um Benfica”

E deixa um reparo: “O palco no Marco está num sítio um bocadinho apertado para tanta gente que espera vê-lo”.

Sobre o que se pode esperar da atuação, Rafael responde com segurança: “Não usa auto-tune. O que se ouve na rádio é o que se ouve ao vivo. Sente-se uma energia boa. As palmas, as pessoas a cantar, a forma como ele fala com o público… Mesmo que se vá para lá desanimado, sai-se de lá melhor, mais leve”.

De fã relutante a seguidor dedicado, Rafael Monteiro comemora esta sexta-feira uma década de ligação com o artista que mais o marcou. Um reencontro com raízes no Marco de Canaveses, mas que se estende agora muito além do palco.