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Sociedade
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Confundiu bebé com boneco Reborn e agrediu-o: caso no Brasil alerta para fenómeno também em Portugal

Um homem foi detido no Brasil por agredir um bebé que julgava ser um boneco Reborn. Em Portugal, estes bonecos hiper-realistas estão a tornar-se populares e levantam preocupações reais.

Redação

Um homem de 25 anos foi detido esta semana em Minas Gerais, no Brasil, por ter agredido um bebé de quatro meses ao confundi-lo com um boneco Reborn. O agressor arrancou o bebé do colo da mãe e atirou-o ao chão, acreditando tratar-se de um boneco falso.

A criança sofreu lesões graves na cabeça e no rosto e foi internada num hospital de Belo Horizonte, tendo sido submetida a cirurgia de urgência.

O caso, confirmado pela Polícia reacendeu o debate sobre o impacto social e emocional dos bonecos hiper-realistas, especialmente em situações de perturbação mental ou consumo de substâncias.


Bonecos Reborn: realismo que confunde

Os bonecos Reborn são criados com técnicas artesanais que replicam com impressionante detalhe bebés recém-nascidos. Usam materiais como vinil ou silicone, têm o mesmo peso de um bebé real, cabelo implantado fio a fio, veias pintadas à mão e até cheiro de recém-nascido.

O seu realismo é tal que, em ambientes públicos, já foram confundidos com crianças de verdade — como demonstra o episódio violento ocorrido no Brasil. A fronteira entre objeto e ser humano pode tornar-se, para alguns, perigosamente ténue.


Em Portugal, fenómeno Reborn cresce sem regulação

Em Portugal, os bonecos Reborn estão a ganhar notoriedade através das redes sociais, especialmente no TikTok e Instagram. Vídeos de portugueses a cuidar destes bonecos — alimentando-os, trocando fraldas, passeando-os em carrinhos — têm milhares de visualizações.

A maioria dos bonecos é produzida por artistas locais que vendem por encomenda, com preços que variam entre 300 e 2.000 euros, dependendo do grau de realismo e personalização. Alguns modelos replicam bebés reais com base em fotografias, medidas e até expressões faciais.

Apesar da procura crescente, não existe, até ao momento, qualquer regulação oficial em Portugal sobre a produção, venda ou uso destes bonecos, levantando questões éticas e de segurança.