Em seu lugar surgirá um novo jardim público, cuja conclusão está prevista para o mês de outubro, marcando uma nova etapa na revitalização daquela zona histórica da cidade.
Encerrado há anos, o edifício degradado tinha-se tornado um foco de problemas sociais, nomeadamente pelo consumo de droga, o que levou à intervenção da Câmara Municipal do Porto. Com a operação de demolição em curso, a memória do antigo mercado cede lugar a um espaço verde pensado para usufruto público. “Será uma zona verde que permitirá usos diferentes daqueles que estavam a ser feitos naquele local. Um uso mais de passeio, de estadia, de descanso, de fruição. O objetivo é dar um usufruto mais digno e mais aberto à comunidade que ali reside e a quem visita aquele espaço”, afirmou Manuel Aranha, vice-presidente da empresa municipal GO Porto, responsável pela obra, ao Jornal de Notícias.
Com um investimento de 320 mil euros, os trabalhos de construção do jardim incluem a preservação dos elementos em granito existentes, como as rochas e muros, numa intervenção integrada no projeto de requalificação da Avenida da Ponte, da autoria do arquiteto Álvaro Siza. O plano urbanístico, apresentado a 16 de julho, prevê não só a criação de zonas verdes, mas também a construção de habitação de renda acessível.
Habitação e novas zonas verdes na Sé
As 22 habitações planeadas no âmbito do projeto de Álvaro Siza ficarão distribuídas pelas ruas de S. Sebastião, Chã e o Morro da Sé, criando uma nova centralidade habitacional junto ao Centro Histórico. A intervenção inclui ainda um novo edifício na Praça de Almeida Garrett, junto à Estação de São Bento, com rés do chão e três andares.
Os espaços verdes do projeto serão da responsabilidade do arquiteto paisagista Sidónio Pardal, conhecido pelo Parque da Cidade do Porto. Está prevista a instalação de uma fonte barroca e a possibilidade de realização de eventos culturais e musicais no novo jardim, que se pretende aberto tanto aos moradores como aos visitantes da cidade.