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Celorico de Basto
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“O som, a tração traseira, o andar de lado”. André Marinho cumpriu o sonho de ser piloto

O “cantar bonito” e a tração traseira “para dar show” dos BMW´S nas corridas criaram, aos dez anos, um sonho que André Marinho vive agora aos 32.

Redação

O “cantar bonito” e a tração traseira “para dar show” dos BMW´S nas corridas criaram, aos dez anos, um sonho que André Marinho vive agora aos 32.

Ansioso para estar ao volante de um carro de corrida, o piloto de Celorico de Basto começou a participar “em corridas pirata” aos “16 ou 17”, um percurso que o levaria até às competições de rallycross, onde se viria a tornar campeão.

“Quando comecei, as provas nem eram federadas e os meus primeiros carros foram um Corsa e um Toyota de tração traseira“, recorda o piloto. A estreia em campeonatos federados deu-se “em 2023 na Taça e num rally de asfalto em Vizela” e como “correr na Taça até me correu bem então pensei, vou apostar nisto e entrei no campeonato a sério”, explica o entusiasta do desporto.

Determinado a seguir “um sonho”, André Marinho entrou na época de 2024 para competir e talvez ganhar daí “ao principio, ter entrado nas corridas ainda meio na brincadeira”. Contudo, os bons resultados nas primeiras provas rapidamente encheram o piloto de confiança de que “valia a pena apostar” nas corridas. Uma aposta que lhe valeu o título de campeão na divisão2 e vice – campeão na 2RM.

“Consegui ser campeão nesta época passada, claro que foi um sonho realizado, tornar-me campeão na minha estreia”, diz orgulhoso. André Marinho não esquece o começo desta paixão “de ver as corridas e o gosto pelos BM´S. Quando havia provas e apareciam tipo oito BMW´S para mim era uma cena fora do normal, o meu gosto começou por aí”, acrescenta o piloto.

Na verdade o gosto pelo desporto automóvel já vinha de família visto que: “O meu pai também participava em provas, mas quando nasci ele parou. Não me lembro de o ver correr, mas cá em casa pude sempre ver as taças dele”, revela.

Seguindo as pesadas do pai, quer no negócio de sucata da família quer nas corridas, André Marinho não esconde a alegria por cumprir este “passar da pasta”, algo que também sonha em partilhar com a filha.

“Quando vou ao pódio levo sempre a minha pequenina, a minha princesa”, admite o piloto com uma distinta alegria no tom de voz. Uma paixão partilhada e apoiada por toda a família que acompanha o piloto em quase todas as provas. Talvez por isso, é que a filha de dois anos “fica toda contente quando vê o carro, mesmo em vídeos e na televisão faz uma festa e diz olha o carro do papa”, partilha o celoricense.

Conjugar o trabalho e família com a vida na pista nem sempre é fácil mas com o apoio da família, André Marinho, conseguiu avançar “com esta decisão que já tinha para fazer há muitos anos e só agora, depois de ser pai, é que me lembrei de entrar neste mundo”, brinca o amante da velocidade.

O vício de antigamente, o som, a tração traseira, o andar de lado, o espetáculo e o público…”

Um desporto para “magnatas”, corridas de automóveis, como nos conta o piloto de Celorico de Basto, pode ser um passatempo dispendioso, com base na habilidade do condutor mas também sempre à mercê dos azares que podem acontecer em pista.

Por agora, “tem corrido tudo bem e o carrinho tem sido fiável”, reflete o campeão. O BMW E30 amarelo, “um carro de seis cilindros com um canto muito bonito e que puxa atrás”, tem sido o carro capaz de levar André Marinho até ao topo do pódio.

O objetivo deste ano é manter a onda de vitórias ao volante do BMW e para isso “já melhoramos mais um bocadinho o motor”, de forma a tornar o carro mais competitivo. A tração traseira é a escolha de eleição de André Marinho mas por vezes, a falta de aderência na pista revela-se como um problema.

“Às vezes não temos tração nenhuma, na chuva é garantido perder aderência”, reforça o piloto. No entanto, “o vício de antigamente, o som, a tração traseira, o andar de lado, o espetáculo e o público…”, impedem-no de fazer a troca de tração traseira para dianteira.

Sentir o apoio do público “fez-me sentir mesmo nas nuvens” adianta o celoricense que gosta de dar àqueles que assistem à corrida “um bocadinho de espetáculo”. O segredo “é nem fazer nem oito nem 80”, explica o piloto enquanto menciona o balanço necessário entre estar focado em ganhar a corrida e dar algo extra ao público.

“Sinto-me bem por fazer isso”, admite André Marinho sobre as “brincadeiras” que faz depois e durante as provas.

Vencer neste desporto implica um esforço “em tudo e depois ainda é preciso um bocadinho de sorte”. Provas de desporto automóvel são uma competição de “alta pressão” que a partir do momento de partida é marcada por “adrenalina”.

Assim, é necessário “estar sempre a evoluir”, algo que André Marinho faz com os treinos em pista, nas provas e em casa com a ajuda da equipa, sendo que é o próprio condutor que, com a ajuda de um mecânico, faz a manutenção do seu BMW.

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