O caso chocou a cidade pelo grau de brutalidade descrito no processo. Segundo a acusação do Ministério Público, o arguido, de 24 anos e de nacionalidade estrangeira, terá esfaqueado a vítima com múltiplos golpes na cabeça, tronco, braços e pescoço, recorrendo a uma faca de cozinha. Além disso, é acusado de ter mordido a vítima e de lhe ter arrancado o polegar.
O crime terá ocorrido na sequência de uma alegada discussão entre os dois amigos, que se encontravam no Porto em viagem. O estúdio onde ficaram hospedados foi alugado e pago pelo arguido.
De acordo com a acusação, após o homicídio, o suspeito tentou encobrir o crime: comprou um saco de viagem de grandes dimensões para ocultar o corpo, limpou o apartamento, desligou a câmara de videovigilância e eliminou pertences da vítima. Terá ainda pesquisado formas de se livrar do cadáver e adquirido um bilhete de avião para abandonar o país.
Durante o julgamento, o arguido afirmou ter agido em legítima defesa, alegando que foi atacado pela vítima com uma faca durante uma discussão. Disse ainda que apenas reagiu para se defender, acabando por ferir mortalmente o amigo na luta corporal.
O caso teve uma reviravolta quando o arguido pediu a um motorista de TVDE que o transportasse até ao aeroporto, confessando-lhe o crime e pedindo ajuda em troca de uma grande quantia em dinheiro. O condutor, desconfiado, decidiu desviar a rota e conduzir o suspeito até uma esquadra da PSP, onde denunciou a situação. A polícia confirmou que o suspeito transportava um saco suspeito e apresentava ferimentos compatíveis com uma luta.
A sessão de hoje deverá determinar se o tribunal aceita a tese da legítima defesa ou se dá como provado o homicídio qualificado com ocultação de cadáver. O caso tem gerado grande atenção mediática, tanto pela violência do crime como pelo perfil das testemunhas envolvidas.