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Portugal
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Partido Socialista aposta forte em coligações e renovação de candidatos no Porto, Valongo, Felgueiras, Póvoa de Varzim e Trofa

Com 47 presidentes de câmara impedidos de se recandidatar, o PS apresenta novos rostos e lidera coligações estratégicas em vários concelhos do distrito do Porto nas Autárquicas 2025.

Redação

O Partido Socialista (PS) parte para as eleições autárquicas de 2025 com o objetivo de continuar a ser a principal força política no poder local, mesmo enfrentando o desafio da saída de 47 presidentes de câmara por limite de mandatos, entre os quais se destaca José Manuel Ribeiro, atual autarca de Valongo. No distrito do Porto, o partido apresenta uma estratégia de continuidade aliada à renovação, liderando coligações em quatro concelhos e apostando em nomes com experiência governativa.

A nível nacional, o PS, agora liderado por José Luís Carneiro, quer preservar o “mapa rosa” conquistado em 2021, ano em que venceu 149 câmaras, 1.285 freguesias e 163 assembleias municipais. No entanto, o contexto político mudou profundamente: afastado do Governo e reduzido à terceira força parlamentar, o PS encara estas eleições como uma oportunidade para revalidar a confiança popular a partir do poder local.

Apostas no distrito do Porto: coligações e novas caras

No distrito do Porto, o PS lidera coligações em Felgueiras, Póvoa de Varzim, Trofa e Valongo, sendo este último um dos concelhos mais simbólicos devido à saída de José Manuel Ribeiro, que cumpriu os três mandatos permitidos por lei. A sucessão em Valongo será uma prova de fogo para o partido, que procura manter a autarquia com um novo nome, ainda por anunciar.

Já em Felgueiras, a coligação liderada pelo PS visa consolidar a governação socialista num concelho tradicionalmente competitivo. Na Póvoa de Varzim e na Trofa, os socialistas procuram contrariar o domínio da direita e conquistar câmaras atualmente fora da sua esfera de influência.

No Porto, capital de distrito, o PS aposta em Manuel Pizarro, ex-ministro da Saúde, para recuperar uma das principais câmaras do país, atualmente liderada por Rui Moreira, que não se recandidata. Trata-se de uma das “apostas fortes” do partido, com o coordenador autárquico André Rijo a destacar a escolha de personalidades “com provas dadas” e experiência governativa.

Vizela: a única exceção

O caso de Vizela, também no distrito do Porto, é o único em que o PS não apresentará candidatura. Por decisão do plenário de militantes locais, e após a direção nacional retirar o apoio ao atual presidente de câmara, Victor Hugo Salgado – envolvido num processo de alegada violência doméstica –, o partido optou por não se apresentar nem apoiar qualquer outro projeto político no concelho.

PS quer reconquistar capitais de distrito

Com apenas quatro capitais de distrito sob liderança socialista (Leiria, Viana do Castelo, Vila Real e Beja), o PS ambiciona agora reconquistar cidades como Lisboa, Porto, Coimbra e Évora, com candidatos como Alexandra Leitão, Manuel Pizarro, Ana Abrunhosa e Carlos Zorrinho.

O partido lidera, no total, 13 coligações em concelhos como Lisboa, Braga, Sintra, Coimbra, Oeiras, Felgueiras, Póvoa de Varzim, Trofa, Albufeira, Ponta Delgada, Celorico de Basto, Seixal e Fronteira. Segundo André Rijo, todas estas coligações cumprem a orientação da Comissão Política Nacional, que exige liderança socialista e a exclusão de entendimentos com partidos da direita parlamentar.

Além disso, o PS apoia nove movimentos de cidadãos independentes, mantendo uma postura de proximidade com projetos locais reconhecidos, em concelhos como Aguiar da Beira, Pinhel, Batalha e Caldas da Rainha.

Compromisso com a causa autárquica

André Rijo destacou ainda a “postura ética” do partido ao impedir que candidatos autárquicos integrassem as listas às legislativas antecipadas de maio, uma medida decidida pela anterior liderança de Pedro Nuno Santos. O coordenador autárquico considera que essa decisão reforça o compromisso do PS com candidaturas autárquicas “a tempo inteiro e nos territórios”, em contraste com o que aponta como sendo a prática de outros partidos.