Em declarações, o professor do ISCTE explicou que o principal foco de desinformação ao longo do ano assentou na ideia de que os imigrantes partilham uma religião comum, o Islão. Segundo o sociólogo, embora existam várias narrativas, o ponto comum não visa comunidades como a brasileira ou a ucraniana, mas sim "os muçulmanos".
Gustavo Cardoso detalha que a desinformação construída em torno destes imigrantes mistura acusações de "violência, criminalidade e algum tipo de caos social" com alegações falsas sobre privilégios económicos. Entre os exemplos citados estão rumores infundados de que estes cidadãos são "privilegiados no acesso à saúde, à educação, que recebem benefícios sociais e mesmo habitação".
Adicionalmente, foram promovidas ideias de "substituição demográfica" e de "perda da identidade portuguesa", muitas vezes manipulando episódios reais, como situações ocorridas no Martim Moniz, para validar estas teorias.
Para além do foco na comunidade islâmica, o coordenador do Iberifier identificou quatro aspetos estruturais que definiram a desinformação em 2025:
