De acordo com os factos provados em julgamento, o arguido dirigiu-se de automóvel até ao local onde a vítima trabalhava, aguardou que esta saísse e iniciasse a marcha a pé, e acelerou o veículo, subindo o passeio e embatendo violentamente contra ela. Após o impacto inicial, efetuou várias manobras de avanço e recuo, passando com o carro por cima do corpo da vítima, sobretudo na zona da cabeça, o que causou a sua morte.
Sociedade
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Condenado a 25 anos de prisão por atropelar mortalmente ex-companheira em Matosinhos
O Tribunal de Matosinhos condenou esta sexta-feira a 25 anos de prisão um homem de 43 anos que, em junho de 2024, matou a ex-namorada ao atropelá-la de forma deliberada junto ao seu local de trabalho, em Matosinhos.
Durante a leitura do acórdão, a presidente do coletivo de juízes sublinhou a gravidade do crime. “Em 30 anos de magistratura, foi a primeira vez que me confrontei com um homicídio destes”, afirmou, destacando o “elevadíssimo grau de ilicitude”, a premeditação e a violência exercida.
O tribunal deu ainda relevo ao facto de o arguido estar em liberdade condicional à data dos factos, após ter cumprido parte de uma pena de 15 anos de prisão por outro homicídio, também de uma ex-companheira, ocorrido em 2009, em Castelo Branco.
A magistrada referiu que o arguido “não resiste à frustração” e “não interioriza a sua culpa”, salientando o risco que representa para terceiros, devido aos traços de personalidade identificados ao longo do processo, como vingança e ausência de empatia.
A vítima, identificada como Daniela, era jovem e, segundo o tribunal, a sua morte causou profundo sofrimento à família, bem como à do arguido, que agora o vê condenado por mais 25 anos de prisão.
À saída do tribunal, a advogada da família da vítima, Eunice Marcos, mostrou-se satisfeita com a pena aplicada, sublinhando a "brutal atrocidade" do crime.