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Marco de Canaveses
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Papa lembrado nas comemorações do 25 de Abril em Marco de Canaveses

A liberdade e a democracia são comemoradas esta sexta-feira, 25 de abril, um pouco por todo o país e, em Marco de Canaveses, a Revolução dos Cravos foi recordada com uma sessão solene , realizada no Salão Nobre dos Paços do Concelho.

Redação

As cerimónias iniciaram, no exterior, com o Hastear de Bandeiras e uma interpretação do Hino Nacional pela Banda de Música de Vila Boa de Quires.

Antes dos discursos protocolares, a presidente da Câmara Municipal do Marco de Canaveses, Cristina Vieira, apresentou um Voto de Pesar pelo falecimento do Papa Francisco, que será levado à ratificação na próxima reunião de câmara.

Sara Moreira, do CDS-PP, deu início aos discursos, apelando ao pensamento crítico de uma sociedade livre. Artur Soares, do PPD-PSD, apontou para uma democracia “consolidada”, mas relembrou que “nenhuma conquista é irreversível" e que “Abril não vive apenas dos discursos, mas também de decisões. Os autarcas, primeiro rosto da democracia para os cidadãos, têm uma grande responsabilidade”. Seguiram-se as palavras de Fernando Costa Vieira, em representação do PS, que prestou uma homenagem “ao homem que lutou pela liberdade, que lutou por um Portugal livre, Mário Soares”. Por sua vez, Jorge Vieira,presidente da Assembleia Municipal,apelou à reflexão dos verdadeiros valores democráticos. É mais complicado praticar a democracia, do que falar sobre ela. O que é preciso fazer para que cada um de nós comece a comportar de forma mais democrática”, questionou.

A encerrar os discursos e a cerimónia, Cristina Vieira recordou as conquistas de Abril. “Neste dia, há 51 anos, Portugal respirou fundo depois de quase meio século de censura. O dia 25 de abril de 1974 devolveu ao povo português o direito de sonhar, de participar, de decidir”.

No entanto, a autarca ressalvou que abril “nos ensinou, também, que a democracia não é uma obra acabada, nem um ponto de chegada. É uma construção permanente, feita de escolhas diárias, de coragem e de vigilância”.

As recordações passaram pelo direito de voto conquistado pelas mulheres, pelo progresso na saúde, na habitação e na educação e, com visão no futuro, a autarca não tem dúvidas de que “não basta recordar Abril. É preciso senti-lo, defendê-lo e cumpri-lo. E é isso que fazemos todos os dias no Marco de Canaveses. O ato eleitoral de 25 de Abril de 1975 abriu o caminho para o poder autárquico dos municípios e das freguesias, num exercício para a descentralização para um poder mais próximo, eficaz e efetivo às necessidades das populações”. Cristina Vieira vê em Abril “uma promessa por cumprir todos os dias”.

25 Abril é recordado com duas exposiões e um concerto

A Câmara Municipal celebra os 51 anos da Revolução dos Cravos com duas exposições sobre Liberdade e Democracia, que estarão patentes no Museu Carmen Miranda e no Emergente Centro Cultural. Até 18 de maio, estará patente no Museu Carmem Miranda a exposição ‘50 Passos para a Liberdade: Portugal, da Ditadura ao 25 de Abril’, que retrata os últimos anos da ditadura e os primeiros momentos depois do seu derrube, abrangendo o intervalo temporal entre setembro de 1968 e julho de 1974.

Também estará disponível para visita, no Emergente Centro Cultural, a exposição ‘Trancar o Regime, Escrever Liberdade’, que propõe uma reflexão sobre os mecanismos de repressão utilizados durante o Estado Novo, com destaque para a censura exercida sobre a produção literária, cultural e intelectual. Esta exposição estará patente até ao dia 23 de maio.

As comemorações no dia 25 encerram com concerto ‘Anónimos de Abril’, um projeto de Rogério Charraz e José Fialho Gouveia, com as participações de João Afonso e Joana Alegre.