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Paços de Ferreira
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“Só vejo a música como caminho”. Luís Oliveira, trompista de Paços de Ferreira fez parte dos Prémios Jovens Músicos

Quando Luís Oliveira começou a tocar trompa “tinha de tocar o instrumento com duas cadeiras, uma para mim e outra para a trompa”, admite o músico de Paços de Ferreira.

Redação


O jovem de 25 anos foi um dos músicos selecionados para o concurso Prémios Jovens Músicos, um momento que reflete a dedicação do trompista a esta arte que estuda desde pequeno.

A Paixão pela Música desde a Infância

“Tenho esta paixão desde pequenino, desde muito cedo, comecei a estudar música no meu terceiro ano onde aprendi os básicos através da banda”, revela o músico. E foi através da banda que, por ordem do destino, Luís acabaria por pegar na trompa. “Na altura até queria aprender a tocar flauta, mas como já havia muitas flautas e poucas trompas acabei por agarrar este instrumento que toco desde os meus dez anos”, acrescentou.

Para o jovem trompista a banda foi “a melhor maneira de aprender a tocar”, visto que, geograficamente, a banda era bastante acessível e alguns familiares de Luís já faziam parte da mesma. “Tinha dois tios e um primo na banda, também foi através deles que surgiu este bichinho pela música”, revelou.

A Jornada na Música: Desafios e Dedicação

Entrar na banda revelou-se como o primeiro e mais fácil passo da jornada de Luís no mundo da música, a partir deste momento foi: “Preciso trabalhar muito. No início nem conseguia segurar na trompa e até aprender demorou algum tempo e prática mas eventualmente consegui”.

E com a prática veio o gosto, algo que o jovem de Paços de Ferreira ainda não sabe explicar: “Nem sei muito bem. É algo que gosto e sinto-me bem a fazer e agora já cheguei a um ponto em que já só quero fazer isto e não vejo outra alternativa senão a música porque me sinto mesmo bem a fazer isto”.

Percurso Académico e Experiência Internacional

Motivado para fazer dessa paixão uma carreira, Luís Moreira traçou um percurso pelo ensino e mundo musical que o levaram à ESMAE no Porto, onde também acabaria por participar num Erasmus na Alemanha para estudar na Hochschule für Musik und Theater Leipzig. A experiência no estrangeiro abriu novos horizontes para o trompista que ficou decidido a voltar à Alemanha para continuar os seus estudos.

“Não consegui logo vaga então voltei para Portugal mais um ano. Fiz um mestrado em ensino mas depois percebi que queria mesmo ir para fora e tentar a minha sorte, algo que fiz no ano a seguir”, conta o jovem.


Valorização da Música e Cultura no Estrangeiro

No estrangeiro, Luís sente-se mais motivado “pelas oportunidades que existem, a música e a cultura são muito mais valorizadas fora de Portugal”, reforçou. Sobre o panorama da arte nacional, o estudante salienta: “Há muitas coisas boas, mas ao mesmo tempo estamos ali um bocado fechados. Então acho que é bom para abrir horizontes, para conhecer novas coisas, novas pessoas, novas culturas”.

Claro que, “deixar o nosso Portugal, família e amigos”, é um ponto contra a saída do país para perseguir objetivos mas para Luís: “Uma pessoa vai-se habituando à mudança e cada dia custa menos”.

Participação nos Prémios Jovens Músicos

No decorrer de toda esta jornada, o trompista não esquece a música em Portugal, nem os Prémios Jovens Músicos. “É um concurso que não precisa de introduções, é talvez o maior prémio de música em Portugal”, frisa o músico. Luís Oliveira teve sempre “vontade de participar nesta iniciativa e de me mostrar e mal tive a oportunidade fiz as gravações para entrar e felizmente fui selecionado para as semifinais presenciais”.

Distinguindo-se como um prémio “de reconhecimento do nosso esforço e trabalho”, o trompista confessa que: “É uma sensação muito boa, fazer parte da fase presencial deste concurso. E sinto que fiz uma boa prova apesar de não ter passado. Mas toquei bem e estou orgulhoso comigo próprio”.

Satisfeito com o percurso que tem levado ao longo dos anos, Luís deixou algumas palavras para jovens músicos como ele: “Tentem, nunca desistam. As coisas levam tempo e nada está perdido ou ganho, é sempre encarar a vida com tranquilidade e dar o nosso melhor”.