Taxa turística em Baião suspensa devido ao impacto dos incêndios de 2024

Taxa turística em Baião adiada sem nova data definida

A entrada em vigor da taxa turística no concelho de Baião, que estava agendada para este ano, foi oficialmente suspensa por tempo indeterminado, anunciou esta quinta-feira, 5 de junho, a autarquia. A decisão surge na sequência do impacto económico e emocional causado pelos incêndios florestais de setembro de 2024, que afetaram o território e o setor turístico local.

Em declarações à agência Lusa, fonte oficial da Câmara Municipal explicou que a suspensão resulta de uma decisão do executivo municipal, tomada após várias conversações com operadores turísticos da região. “Havia operadores que começaram a queixar-se de cancelamentos de reservas após os incêndios e foi decidido, após conversas com eles, suspender a medida, para evitar que tivesse um impacto negativo na economia”, referiu.

A medida, que já tinha sido aprovada pelos órgãos municipais em 2024, previa a cobrança de uma taxa entre um e 1,5 euros por noite, até ao limite de três noites por visitante. A receita gerada destinava-se a reforçar a promoção turística e a sustentabilidade do destino Baião.

No entanto, o município reconhece agora que o contexto atual exige cautela. “A aplicação da taxa terá de ser acordada previamente com os operadores. Neste momento, não está definida qualquer nova data para a sua implementação”, indicou a mesma fonte.

Incêndios agravaram fragilidade do setor turístico

Os incêndios florestais registados em setembro de 2024 provocaram prejuízos significativos na paisagem natural de Baião, uma das principais atracções do concelho, que aposta fortemente no turismo de natureza e rural. A destruição de trilhos, áreas florestais e equipamentos turísticos levou a uma quebra no número de reservas, especialmente nos meses seguintes.

Empresários do setor manifestaram preocupações quanto ao impacto que uma nova taxa poderia ter no processo de recuperação da procura. Segundo fontes ligadas ao alojamento local, a prioridade deve passar pela reconquista da confiança dos visitantes e pela revitalização da oferta turística.