O ano mais severo foi 2019, quando 97 portugueses foram obrigados a regressar a Portugal. Já com a entrada de Joe Biden na Casa Branca, em 2020, o número de deportações registou uma queda acentuada, fixando-se em 24 casos.
Apesar destes valores, o máximo histórico ocorreu em 2010, com 191 deportações, durante a presidência de Barack Obama. Desde 1895, os EUA já deportaram 5.323 portugueses.
Segundo o Censo norte-americano de 2020, residem nos Estados Unidos cerca de 1,45 milhões de pessoas de origem portuguesa. Em 2024, os Serviços de Imigração e Alfândegas reportaram 69 deportações, mais nove do que no ano anterior.
O então secretário de Estado das Comunidades, José Cesário, reconheceu no Parlamento, em fevereiro passado, que não existem números exatos sobre portugueses em risco de deportação, mas apontou que 360 cidadãos já tinham ultrapassado o limite de 90 dias previsto no programa de isenção de vistos. Na mesma altura, 24 portugueses encontravam-se detidos nos EUA.
O estudo da UCLA destaca ainda que 96% das ordens de deportação recaem sobre cidadãos da América Latina, Caraíbas, Ásia e África, evidenciando, segundo os investigadores, o impacto do “racismo sistémico” nas políticas migratórias norte-americanas.