Segundo o mais recente boletim da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), divulgado esta segunda-feira, 24 de março, 83% das albufeiras estão com mais de 80% da sua capacidade, e o volume total de armazenamento atingiu os 92%.
Na terceira semana de março, apenas três bacias hidrográficas registam volumes abaixo da média histórica para este mês (com base no período de 1990/91 a 2023/24): as bacias do Ave, Mira e Ribeiras do Barlavento.
A depressão Martinho, que afetou o país nos últimos dias, contribuiu para um aumento generalizado do armazenamento. Entre 17 e 24 de março, registou-se um acréscimo de 3,7% – equivalente a 493 hectómetros cúbicos (hm³).
Atualmente, nenhuma albufeira do continente apresenta valores críticos. A única com menos de 40% de capacidade é a de Monte da Rocha (bacia do Sado), que subiu para os 37%, após ter estado nos 13% no final de janeiro. Já as problemáticas albufeiras do Algarve, Arade e Bravura, registam agora 59% e 56%, respetivamente, com aumentos significativos: 39% e 12% numa semana.
Dos 79 aproveitamentos monitorizados, 66 apresentam valores entre os 81% e os 100% de capacidade. Outras oito estão entre os 61% e os 80%, e apenas cinco entre os 51% e os 60%.
O volume total de armazenamento nas albufeiras do continente está agora nos 12.165 hm³, de uma capacidade máxima de 13.299 hm³.
Entre as bacias hidrográficas, destaque para o Vouga (99%) e Tejo (97%), com várias barragens completamente cheias. No Guadiana, que também se encontra a 97%, a barragem de Alqueva mantém-se nos 97%. No Douro, albufeiras como Alijó, Serra Serrada e Vilar Tabuaço atingiram o limite. No Sado, também há estruturas a 100%.
No sotavento algarvio, Beliche e Odeleite aproximam-se da capacidade máxima, um sinal positivo após longos períodos de seca na região.