Amarante acolhe apresentação do livro “A Voz das Primaveras – Fotografia de Eduardo Teixeira Pinto”

A obra reúne 32 fotografias de Eduardo Teixeira Pinto, parte delas captadas durante a manifestação popular que se seguiu ao 25 de Abril de 1974, em Amarante, e outras que retratam momentos representativos do processo de consolidação do regime democrático. Algumas das imagens dialogam com testemunhos de seis entrevistados que viveram de perto esse período histórico.

O prefácio é assinado por Maria do Carmo Serén, historiadora, professora, crítica de arte e fotografia e investigadora no CITCEM. A edição é da Officina Noctua, com o apoio da CCDR Norte, I.P. – Norte Pontual.

Eduardo Teixeira Pinto: vida e obra

Nascido a 29 de abril de 1933, em S. Gonçalo, Amarante, Eduardo Teixeira Pinto foi filho de Joaquim Teixeira Pinto – o primeiro fotógrafo amarantino a conquistar prémios nacionais – e de Adelina da Costa Taveira. Desde cedo demonstrou interesse pela fotografia, expondo pela primeira vez em 1953.

Ao longo de mais de cinco décadas de carreira, apresentou trabalhos em diversos países, incluindo Portugal, Espanha, Alemanha, Áustria, Inglaterra, Estados Unidos, Canadá, Brasil, França e Austrália, entre muitos outros. Recebeu dezenas de prémios nacionais e internacionais, incluindo o Grande Prémio Camões (1960), uma das mais altas distinções da fotografia em Portugal.

A sua obra destaca-se pelo olhar poético sobre a realidade, com enfoque na natureza e na figura humana. Entre as fotografias mais reconhecidas estão “Rodopio”, “Igreja de S. Gonçalo”, “De Regresso”, “Matinal” e “Tranquilidade”.

Teixeira Pinto foi membro de associações como a Associação Fotográfica do Porto, o Grupo Câmara de Coimbra e a Associação Fotográfica do Sul (Évora). Faleceu em 4 de janeiro de 2009, deixando um espólio de valor incalculável.

Legado e homenagens

Em 2010 foi publicado o catálogo “Eduardo Teixeira Pinto – a poética da imagem”, reunindo cerca de 230 fotografias. Em 2016, a Câmara Municipal de Amarante editou “Parque Florestal de Amarante, uma Obra Centenária”, com contributos seus e do pai, Joaquim Teixeira Pinto.

O fotógrafo foi ainda homenageado com várias exposições itinerantes, como “O prazer de fotografar”, “A criança sob o olhar de Eduardo Teixeira Pinto” e “Sensibilidades”, apresentadas em Portugal e Espanha.

Desde 2011, o Museu Municipal Amadeo de Souza-Cardoso possui uma sala dedicada à sua obra. Já a Casa da Granja, que acolhe a apresentação do novo livro, alberga desde 2017 a Associação para a Criação do Museu Eduardo Teixeira Pinto, com um espaço permanente de exposição do seu espólio.