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Paredes
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Vanessa Bessa, aluna de Vilela com média de 19,7, revela “o segredo” do sucesso escolar

Aos 18 anos, Vanessa Bessa é um dos rostos do mérito académico no concelho de Paredes. Aluna do curso de Ciências e Tecnologias na Escola Secundária de Vilela, terminou o secundário com uma média impressionante de 19,7 valores, afirmando-se como a melhor aluna do Agrupamento de Escolas de Vilela.

Redação

Agora prepara-se para iniciar um novo capítulo na sua vida académica, o curso de Bioengenharia, na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP).

"É verdade, é quase 20, é quase perfeito", confessa com um sorriso, ainda a tentar interiorizar o feito. A humildade é uma constante no discurso de Vanessa: "Eu acho que uma pessoa nunca está à espera. Eu vou dando o meu melhor, vou fazendo o meu melhor e depois os resultados vão aparecendo."

Um percurso de consistência e paixão pela ciência

Desde cedo que Vanessa mostrou ser uma aluna de excelência: "Terminei o 9.º ano com 5 a tudo, portanto, já estava habituada a esse padrão." A escolha do curso de Ciências e Tecnologias nunca lhe trouxe dúvidas: "Eu gostava imenso de matemática, físico-química, da área de biologia… nunca tive dúvidas em escolher o curso para o secundário."

Com o passar do tempo, o interesse foi-se afunilando: "Fui percebendo que a área que eu tinha mais interesse mesmo era a biologia e talvez a química… ponderei logo ir para a investigação, uma área mais relacionada com a farmacêutica ou com a medicina, não a profissão de médica, nunca gostei de ser médica, mas dentro dessa área."

Foi assim que chegou à decisão de se candidatar a Bioengenharia na FEUP, a sua primeira opção, onde foi imediatamente colocada. “Sinto que vou agora entrar no meu habitat natural, num sítio onde as pessoas são cada vez mais parecidas comigo e onde a área realmente começa a ser aquilo que eu gosto.”

O verdadeiro segredo? "Saber estudar"

Muitos perguntam qual o segredo por detrás de resultados tão altos. Vanessa responde de forma clara e convicta:

“Muita gente diz ‘ah, mas tem que se estudar muito’… É sobre gerir o tempo. Eu conheço muita gente que estuda muitas mais horas do que eu e não conseguiram obter os mesmos resultados. Portanto, eu acho que é mais sobre qualidade do que quantidade.”

Para a jovem de Vilela, o segredo está na eficácia, não na exaustão:

“Temos que conseguir perceber as capacidades que o nosso corpo tem. Muitas vezes obrigarmo-nos a estudar e cansarmo-nos não traz resultado nenhum. Às vezes, é melhor pouco tempo, mas concentrado e focado, do que muitas horas a insistir na mesma coisa”, destaca.

E sublinha: “O segredo não é estudar, estudar, estudar. É saber estudar.”

Outro dos pontos que considera cruciais é manter-se tranquila, principalmente na hora da avaliação: “A ansiedade atrapalha muito. Até podemos saber tudo e naquele momento não mostrarmos nada. É preciso sabermos controlar isso.”

Entre nervos e entusiasmo: o desafio universitário

A entrada no ensino superior traz novos desafios, e Vanessa admite algum nervosismo: “É uma situação nova, tenho que conhecer pessoas novas, vou para um sítio completamente diferente, é uma mudança radical. Por outro lado, também estou entusiasmada… gosto imenso de desafios. Gosto quando as coisas se complicam.”

Apesar das expectativas, não fecha portas a uma eventual mudança, caso a realidade do curso não corresponda ao que idealizou: “Tentei escolher com base nas áreas que mais gostava. Se não for aquilo que queria, há sempre a possibilidade de mudar e não há problema nenhum com isso.”

E, caso enfrente dificuldades nesta nova fase, Vanessa mostra-se preparada para relativizar: “Não posso pôr a pressão toda em mim. Quanto mais pressão eu puser, pior. Tenho que deixar as coisas fluírem, ser um bocado mais compreensiva, pelo menos agora no início… não é tudo sobre números, também é sobre a experiência e aquilo que vamos ganhando.”

A ambição equilibrada com bem-estar

Apesar de nunca ter sentido pressão por parte dos pais ou professores, admite ser ela mesma a sua principal exigente: “Ao longo dos anos fui adaptando essa pressão. É importante termos a ambição, mas não pode ser excessiva, porque gera ansiedade. Fui ficando mais calma, mais tranquila.”

Para manter esse equilíbrio, as atividades extracurriculares sempre tiveram um papel importante: “Participo no Coro Feminino do Conservatório de Música de Paredes e costumo correr. Ter essas atividades é fundamental. Dá-nos outras ocupações, ajuda-nos a distrair e a não focar só na escola.”

E acrescenta: “A maior parte dos alunos que obtêm bons resultados também praticam desporto ou têm outras atividades. Portanto, o segredo não é estudar, estudar, estudar... é saber estudar.”

Uma mensagem para quem agora começa

Para os alunos que agora dão os primeiros passos no secundário, Vanessa deixa um conselho: “É estar atento nas aulas, aproveitar bem o tempo, não forçar demasiado o estudo, e saber que cada pessoa tem um método que funciona para si. Não somos todos iguais.”

E deixa ainda uma nota de motivação para os que se sentem intimidados com o futuro: “Não há desafios impossíveis de vencer. Se os outros também o fizeram, eu também consigo. Tenho que acreditar.”