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Paredes
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Paredes: Rafaela Barbosa conquista título europeu de Kickboxing aos 19 anos

Rafaela Barbosa, de Paredes, sagrou-se Campeã Europeia de Kickboxing aos 19 anos, num campeonato disputado em Malta, de 10 a 12 de abril.

Redação

Num desporto, muitas vezes, marcado por estereótipos, onde a força masculina parece falar mais alto, Rafaela Barbosa, natural de Paredes, ergueu o título de campeã europeia. Aos 19 anos, a paredense sagrou-se Campeã Europeia de Kickboxing, num campeonato que decorreu em Malta, de 10 a 12 de abril.

A história começou cinco anos antes deste pódio e tem sido a “persistência e  força de vontade” que a têm levado a perseguir os sonhos na modalidade. “Tudo começou quando um dia, quando fui a um treino de natação, ia a caminhar e vi, pela janela, um grupo de pessoas a treinar. Fiquei fascinada. Toda a gente dizia que eu tinha força, que devia experimentar. E foi isso que fiz, sem saber bem ao que ia”, recorda.

Sem influência de uma família que “não tinha o hábito de praticar exercício físico”, Rafaela deu os primeiros passos no kickboxing aos 14 anos. As influências surgiram, mais tarde, já a praticar a modalidade, através dos treinadores e colegas. “Sempre me incentivaram a competir e a ir mais longe”, garante.

“É um ambiente mais equilibrado”

Mas não é apenas no ringue que Rafaela Barbosa dá provas de resistência. Estudante de Psicologia na Universidade do Porto, divide os dias entre transportes, aulas e treinos semanais. “Perco muito tempo em deslocações, abdico de saídas, de convívios… Mas quando se tem uma prioridade, encontra-se tempo. A organização e força de vontade é tudo”.

O apoio da família, inicialmente reticente, revelou-se fundamental. “No início estranharam, não conheciam o desporto. Mas no meu aniversário fizeram-me uma surpresa e levaram-me a um treino. Hoje em dia, são os meus maiores fãs. Estão em quase todas as competições. Já chamaram a minha irmã só para dizer que eu tinha ganho, de tanto que gritava”, recorda com orgulho.

Sobre o lugar das mulheres no kickboxing, Rafaela reconhece que “há cada vez mais e é um ambiente mais equilibrado. Estamos a ganhar o nosso espaço. Ainda há mais treinadores homens, mas nas atletas já se nota equilíbrio. É um mundo muito associado à força masculina e é bom ver que as mulheres estão a ganhar espaço”

Título mundial é o próximo objetivo

Os sonhos não param e Rafaela tem já bem definidos os próximos três objetivos. Ser campeã mundial, conquistar um cinturão “um marco para qualquer lutador”) e, um dia, tornar-me profissional. “Tornar-me profissional seria o reconhecimento de todo o trabalho e tempo que dedico à modalidade. Depois com o tempo, e o crescimento como atleta, novas metas irão surgir”, conclui.