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Portugal
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Carneiro critica “espetáculo degradante” entre Saúde e Defesa e promete resposta para urgências hospitalares

Líder do PS acusa Governo de falta de coordenação e garante que partido vai apresentar plano para emergências hospitalares, caso o Executivo não o faça.

Redação

O secretário-geral do Partido Socialista (PS), José Luís Carneiro, criticou duramente este domingo, 13 de julho, em Lousada, o que classificou como um “espetáculo degradante” entre diferentes estruturas do Estado, acusando as áreas da Saúde e da Defesa de se empurrarem mutuamente responsabilidades no que toca à resposta em contexto de urgência hospitalar.

“Hoje estamos muito pior do que estávamos quando o PS estava em funções. Assistimos a um espetáculo degradante de várias estruturas do Estado a empurrarem as suas responsabilidades de uns para os outros, da Defesa para a Saúde, da Saúde para a Defesa”, afirmou o líder socialista, sublinhando a ausência de um plano estruturado para as emergências hospitalares.

As declarações foram feitas à margem da apresentação de Nelson Oliveira como candidato do PS à Câmara Municipal de Lousada nas eleições autárquicas marcadas para 12 de outubro.

PS promete apresentar solução se Governo não o fizer

O tema da Saúde, em particular o funcionamento das urgências hospitalares, será, segundo José Luís Carneiro, uma das prioridades da bancada socialista no próximo debate do Estado da Nação.

“Se o Governo não tiver competência para apresentar uma resposta, o PS vai apresentar uma proposta concreta para a coordenação da emergência hospitalar”, garantiu.

Para o dirigente socialista, o que está a acontecer no setor da Saúde “ilustra uma falta grave de coordenação entre diferentes serviços do Estado” e representa, no seu entender, o impacto negativo de uma “quebra” nas reformas anteriormente iniciadas durante a governação socialista.

“O atual Governo rompeu com a reforma em curso, exonerou o responsável da estrutura executiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e avançou com medidas de caráter experimental”, apontou, deixando duras críticas à estratégia seguida pelo Executivo.

Debate marcado por preocupações com o SNS

A tensão entre estruturas do Estado tem vindo a agravar-se nas últimas semanas, com várias situações noticiadas de falhas na articulação entre o Ministério da Saúde e a tutela da Defesa, nomeadamente em relação à utilização de meios militares para colmatar carências nas urgências hospitalares.

A crítica de Carneiro surge numa altura em que se acumulam episódios de encerramento temporário de serviços de urgência, escalas incompletas e dificuldades na contratação de profissionais de saúde, aumentando a pressão sobre o Governo para apresentar soluções eficazes e sustentáveis.