Quase 90 presidentes de câmara não se recandidatam nas próximas autárquicas por limite de mandatos

A estes somam-se 46 autarcas que, embora também tenham atingido o limite de mandatos, deixaram os cargos nos últimos dois anos, sobretudo para assumirem funções no Governo, na Assembleia da República, no Parlamento Europeu ou em outros cargos públicos. Entre estes, 28 são do PSD ou de coligações lideradas pelos sociais-democratas, 16 do PS, um da CDU (PCP/PEV) e um do Juntos Pelo Povo (JPP).

Dos 89 autarcas em fim de mandato, 49 são do PS, 21 do PSD ou de coligações sociais-democratas, 12 da CDU, três do CDS-PP e quatro independentes.

Entre os nomes mais conhecidos que terão de abandonar os seus cargos estão Rui Moreira (independente, Porto), Carlos Carreiras (PSD, Cascais), Basílio Horta (PS, Sintra), Ribau Esteves (PSD, Aveiro), Ricardo Rio (coligação PSD/CDS-PP/PPM/Aliança, Braga) e Rogério Bacalhau (coligação PSD/CDS-PP/IL/MPT/PPM, Faro).

Por distrito, o cenário é o seguinte:

• Porto: Além de Rui Moreira, estão em fim de mandato os presidentes de Lousada, Paços de Ferreira e Valongo (PS), e os de Póvoa de Varzim, Penafiel e Amarante (PSD/coligações).

• Viana do Castelo: Não se recandidatam os presidentes de Paredes de Coura e Melgaço (PS).

• Aveiro: Saem os autarcas de Aveiro, Estarreja e Murtosa (PSD), Vale de Cambra e Albergaria-a-Velha (CDS-PP) e a presidente de Anadia (movimento independente).

• Braga: Além de Braga, Guimarães (PS) e Amares (PSD) também mudam de liderança.

• Vila Real: Santa Marta de Penaguião (PS) terá novo presidente.

• Viseu: Oito presidentes atingem o limite legal, entre eles os de Armamar, Tabuaço, Tarouca (PSD/CDS-PP) e São Pedro do Sul, Santa Comba Dão, Resende, Penalva do Castelo e Cinfães (PS).

• Coimbra: Estão de saída os presidentes de Condeixa-a-Nova, Lousã, Miranda do Corvo, Montemor-o-Velho, Soure e Vila Nova de Poiares (todos PS).

• Guarda: Trancoso, Fornos de Algodres (PS) e Gouveia (PSD).

• Castelo Branco: Saem os autarcas de Covilhã, Belmonte, Penamacor, Idanha-a-Nova, Vila Velha de Ródão (PS) e Fundão (PSD).

• Santarém: Almeirim, Chamusca, Coruche, Salvaterra de Magos, Torres Novas, Vila Nova da Barquinha (PS), Benavente (CDU) e Sardoal (PSD).

• Leiria: Figueiró dos Vinhos (PS).

• Lisboa: Cascais (PSD/CDS-PP), Sobral de Monte Agraço (CDU), Sintra, Lourinhã e Alenquer (PS).

• Setúbal: Palmela, Grândola, Santiago do Cacém, Alcácer do Sal (CDU) e Sines (PS).

• Évora: Évora, Arraiolos (CDU), Portel (PS) e Borba (independente).

• Portalegre: Gavião, Ponte de Sor, Nisa (PS), Monforte, Avis (CDU) e Castelo de Vide (PSD).

• Beja: Almodôvar (PS) e Cuba (CDU).

• Faro (Algarve): Faro (PSD), Loulé, São Brás de Alportel, Olhão (PS) e Silves (CDU).

• Açores: Angra do Heroísmo, Corvo, Santa Cruz das Flores (PS), Velas (CDS-PP), Ribeira Grande (PSD) e Calheta (independente).

• Madeira: Calheta, Ribeira Brava, São Vicente (PSD/coligações), Machico e Porto Moniz (PS).

Bragança é o único distrito sem qualquer presidente de câmara no limite de mandatos.

Recorde-se que Portugal tem 308 municípios, sendo que nas eleições de 2021 a maioria dos executivos foi eleita pelo PS. Em agosto de 2023, havia já 105 presidentes impedidos de nova recandidatura por terem atingido o limite legal.