O Departamento de Investigação Criminal (DIC) de Leiria, em colaboração com a Drug Enforcement Administration (DEA) dos Estados Unidos, Europol e autoridades da República Dominicana, liderou a operação, que visou uma organização criminosa dedicada ao tráfico de estupefacientes por via marítima.
“A última fase desta operação decorreu esta semana em território espanhol, nas províncias de Pontevedra, Barcelona, Ourense, Guadalajara e Madrid”, com a detenção de 12 pessoas, às quais se somam sete detidos anteriormente em Portugal e Espanha, refere o comunicado.
Em Portugal, a investigação incluiu seis buscas domiciliárias e duas não domiciliárias, com a apreensão de cinco veículos de gama alta, quatro armas de fogo, diversos aparelhos de comunicações e equipamentos de inibição e contra-vigilância.
A maior parte da droga apreendida tinha origem na América do Sul e era transportada por via marítima camuflada em peles de bovino importadas por empresas portuguesas, segundo a PJ. As apreensões ocorreram em dezembro de 2024 e em junho e agosto deste ano, concretizadas pelo DIC de Leiria e pela Diretoria do Norte da PJ.
Em agosto, a PJ deteve dois homens na zona de Fafe (Braga), incluindo um ex-militar da GNR, e apreendeu cerca de 1,5 toneladas de cocaína, transportada em contentores de peles provenientes da América Latina.
A investigação teve início em setembro de 2024 pela Guardia Civil, após informação sobre um grupo criminoso que introduzia cocaína por via terrestre na província de Pontevedra a partir de Portugal, utilizando viaturas com sofisticados sistemas de ocultação. Na província de Pontevedra, a organização dispunha de vários imóveis para armazenar o estupefaciente até à distribuição pelo território espanhol.
Segundo a PJ, vários suspeitos realizavam esta atividade de forma sistemática há vários anos, conseguindo escapar às autoridades devido à experiência criminosa e às medidas de segurança adotadas.
Durante a operação foram ainda apreendidos 150 mil euros, telefones por satélite, balanças de precisão, uma plantação de marijuana, 17 terminais telefónicos encriptados e diversa documentação.
O sucesso da operação deve-se à cooperação internacional enquadrada no Projeto GDIN (Global Drug Intelligence Network), financiado pela Comissão Europeia, que promove investigações conjuntas para desmantelar redes criminosas.
Em Portugal, a investigação corre no Departamento de Investigação e Ação Penal de Leiria, com a colaboração da Alfândega do Porto de Leixões. Entre os detidos estão homens e mulheres, portugueses e estrangeiros, sendo que a cúpula da organização se encontrava sobretudo em Espanha, onde foi apreendida a plantação de marijuana, 60 quilogramas de cocaína e dinheiro.
A entrada da droga em Portugal fazia-se através do Porto de Leixões, com apreensões registadas na região de Leiria e no norte do país. Em Portugal, seis pessoas foram detidas, cinco das quais se encontram em prisão preventiva.