"Nunca desistam": Edna Francisca alcançou o sonho de infância de entrar em Medicina

Estudante do curso de Ciências e Tecnologias, Edna Francisca teve um claro objetivo desde o início do seu percurso escolar: estudar medicina. A jovem, natural de Felgueiras, admite que “o estudo propriamente dito nunca foi algo que adorasse fazer”.

A companhia dos amigos e a atenção dos professores destacam-se como os pontos mais positivos da escola, mas Edna demonstrou sempre determinação e foco nos estudos. “Desde pequena que tinha ideais de seguir medicina, tinha decidido que esta ia ser a minha profissão e sabia que, para conseguir fazer isso, precisava de tirar notas muito boas”, conta a aluna.

Fascinada pelo estudo do corpo humano desde os tempos “do estudo do meio”, quando entrou no secundário e com a disciplina de biologia, já não restavam dúvidas na mente da felgueirense de que medicina era a escolha certa para o futuro. “Gostava de estudar o corpo humano, ver como o nosso corpo funciona, como o podemos melhorar ou aquilo que piora o seu funcionamento”, justifica.

Um meio para atingir um fim, os estudos foram uma “obrigação necessária” para a jovem estudante que, após anos de trabalho e esforço, conseguiu entrar no curso de Medicina na Universidade do Minho.

A Emoção da Colocação e os Desafios do Secundário

A notícia da colocação foi, mais do que uma alegria, um alívio, e Edna Francisca conta como: “O meu e-mail de colocação chegou com dias de atraso”. Com os nervos à flor da pele enquanto esperava pela resposta, quando finalmente soube do seu resultado, a aluna de Felgueiras ficou: “Muito feliz por ver que tinha conseguido entrar”.

Habituada a ter bons resultados nos testes, o início do secundário provou ser uma nova etapa de desafios para Edna Francisca. “Logo no primeiro teste baixei muito as notas, foi um choque tremendo, não tenho a certeza se foi da mudança de disciplinas ou professores, mas baixei muito”, recorda a caloira de medicina.

Até na disciplina de biologia, uma das mais interessantes para a jovem, as notas “foram horríveis”, contudo, com algum tempo de adaptação, as notas voltaram “ao normal”. No secundário, “é preciso estudar muito”, mas, para o caso desta aluna, o mais importante era “estar atenta nas aulas e ouvir bem os nossos professores”, salienta.

Equilíbrio entre Estudos, Desporto e Lazer

Aliado aos estudos, o desporto é o principal passatempo de Edna Francisca: “Sempre pratiquei desporto, cheguei a praticar kickboxing e depois acabei por entrar para o ginásio”. Entre o desporto e os estudos, também havia “sempre tempo para sair com amigos e estar com a família. Há tempo para tudo, é só uma questão de organização”.

Prestes a dar os primeiros passos na jornada do ensino superior, a aluna de medicina revela que: “Esta mudança assusta toda a gente um bocadinho, seja pelos professores e cadeiras mais exigentes ou por um mundo académico mais competitivo. Assusta um pouco, mas estou bastante motivada para esta nova fase”.

Mensagem de Determinação para os Colegas

Numa altura em que a área da saúde é um tópico recorrente nas notícias, Edna Francisca olha para a falta de médicos e para as dificuldades do Serviço Nacional de Saúde como algo a lamentar, mas não como motivo para deixar de perseguir as suas ambições.

“Sempre quis medicina e sempre insisti que ia seguir este caminho independentemente das condições. Claro que assusta um bocadinho ver futuros colegas reclamarem tanto das condições em que estão, tendo em conta que é uma profissão tão nobre, o que acaba por ser um bocadinho chocante, mas acho que só vou ter noção desses problemas quando entrar mesmo para o mercado de trabalho”.

Determinada a encarar o futuro com a mesma dedicação que demonstrou ao longo do seu percurso escolar, Edna Francisca terminou a conversa com o Jornal A Verdade, deixando uma palavra amiga a todos os alunos do país: “O importante é nunca desistir. No início do meu secundário tive uma descida muito acentuada nas notas, mas elas estabilizaram. Nunca desistam e lembrem-se de que há tempo para tudo, só temos de nos organizar e ter noção de que, por vezes, temos de pôr em prioridade os estudos”.