“Há a necessidade de se fazer, neste período de vindimas, um controlo adicional àquele que já é feito durante todo o ano por cada uma das organizações e instituições”, afirmou a presidente da CVRVV, Dora Simões.
Segundo explicou, há mais de 15 anos que a ASAE, a CVRVV e o IVDP mantêm um protocolo de cooperação que visa o controlo da rastreabilidade das uvas com denominação de origem.
“O controlo pode ser de uvas e de trânsito de uvas e de vinhos para garantirmos que a origem das uvas é, de facto, aquela que depois o consumidor vai encontrar no rótulo”, detalhou Dora Simões.
Apesar de as três entidades desenvolverem ações conjuntas ao longo do ano, nesta fase o acompanhamento é reforçado devido ao aumento do trânsito de uvas e da movimentação de vinhos nas adegas. “O que nós pretendemos é que a denominação de origem seja garantida desde a vinha até à garrafa de vinho que está no ponto de venda”, vincou.
A responsável sublinhou ainda que todos os anos são detetadas irregularidades, de diferentes níveis de gravidade. “A ideia destes controlos é, numa primeira linha, ter um efeito dissuasor”, acrescentou.
Entretanto, as previsões do Instituto da Vinha e do Vinho (IVV) apontam para uma quebra na produção nacional. De acordo com estimativas divulgadas em julho, a campanha de 2025/2026 deverá registar uma produção de 6,2 milhões de hectolitros, menos 11% do que na anterior.
As maiores descidas são esperadas no Douro (-20%), Lisboa (-15%) e Alentejo (-15%), o que representa menos 679.000 hectolitros face à campanha passada. O IVV justifica esta redução com a instabilidade meteorológica, que favoreceu o desenvolvimento de doenças fúngicas.