De acordo com o Jornal de Notícias, o grupo adquiriu cerca de 60 viaturas de gama média e alta, nomeadamente das marcas BMW, Mercedes e Audi, utilizando documentação falsificada, incluindo declarações de IRS adulteradas. Os créditos contraídos junto de financeiras e stands nunca chegaram a ser pagos.
Segundo o diário, o esquema teve início em 2019 e envolveu, além do principal suspeito, familiares e outras pessoas sem capacidade financeira, mas instruídas para apresentarem rendimentos fictícios com o objetivo de obter financiamento para a compra dos veículos.
Com os automóveis já em sua posse, os membros do grupo transportavam-nos para Espanha e França, onde, novamente com recurso a documentação falsa, procediam ao registo dos carros com novas matrículas e em nome de terceiros. As viaturas eram depois vendidas como legais, muitas vezes em stands que, segundo o Jornal de Notícias, teriam conhecimento do esquema.
Os veículos eram posteriormente adquiridos por cidadãos residentes nos referidos países, sem que tivessem conhecimento da verdadeira origem das viaturas.
O lucro obtido permitiu ao alegado cabecilha, que não exercia qualquer profissão conhecida e passava longos períodos no estrangeiro, acumular um vasto património. Só o líder do grupo terá conseguido obter entre 800 e 900 mil euros de crédito para a compra de viaturas, indica o Jornal de Notícias.
Na operação que culminou com a detenção do suspeito, a PJ contou com a colaboração da GNR. Foi ainda apreendida uma viatura de gama média/alta, munições de arma de fogo e cerca de 14 mil euros em numerário.
O detido será presente a tribunal para primeiro interrogatório judicial e aplicação de eventuais medidas de coação. Está indiciado pelos crimes de associação criminosa, falsificação de documentos e burla qualificada.
