Filipe Silva, o bombeiro voluntário que partilha a paixão dos ralis com a filha e o afilhado: "Gosto sempre de os ter ao meu lado”

Entusiasmado para voltar a correr nos percursos onde competiu pela primeira vez, o comercial e bombeiro voluntário natural de Constance não esconde que sempre teve: “O bichinho pelos automóveis”.

Uma paixão e sonho de infância

Profissional no setor dos automóveis, Filipe recorda-se bem de “estar sempre em contacto com carros de competição, foi uma coisa que mexeu sempre comigo e que fui apanhando nas várias firmas onde trabalhei”. Contudo, não foi através da profissão que o piloto ganhou a paixão pelo desporto automóvel: “Este gosto já me acompanha desde novo”.

As provas de rallycross em Lousada que assistia com o pai em criança e “o imperdível Rally de Portugal” são boas memórias de infância que Filipe guarda com estima. E, mais tarde, já em adulto, o bombeiro voluntário também se lembra de quando: “Uma das firmas onde trabalhava por completo para irmos ver o patrão a participar no rali”.

O Sonho tornado realidade

Uma “paixão muito antiga”, Filipe, no fundo, teve sempre a ambição de poder competir num rali e, com ajuda de alguns amigos, esse sonho viria a tornar-se realidade. “Era um sonho que já tinha há muitos anos e graças ao meu amigo Marcos Queirós, que me ofereceu o meu carro, tive essa oportunidade”, conta o piloto marcoense.

E é nesse Nissan Micra, “o bichinho” que lhe foi oferecido, que Filipe Silva continua a usar nos vários ralis em que vai participando. “O meu grande amigo ofereceu-me o carro e depois tive de o preparar e construir para competição. Demorei três anos para o preparar, mas consegui e realizei o sonho de fazer o meu primeiro rali”, acrescentou o piloto.

Família no volante

Filipe assumia o volante e, para o ajudar a navegar o percurso de cada rali, o fazia com a filha Joana ou o afilhado João. “Ando sempre numa dupla familiar, a minha filha foi a primeira a ir comigo e depois o meu afilhado também se juntou a mim como co-piloto”, salienta o bombeiro.

Agora só faltava uma prova de estreia para Filipe Silva entrar no mundo dos motores como piloto, e o Rali de Mesão Frio foi a oportunidade ideal para a primeira competição do marcoense.

No dia do rali, as emoções estavam à flor da pele: “Estava um bocadinho mais acelerado do que o do costume, até a minha filha reparou nisso”, salientou. O nervosismo demorou um pouco a passar para a dupla de pai e filha, mas, no fim da corrida, o par só sentiu satisfação por terem embarcado nesta aventura.

Entre Ralis e ser bombeiro

Anos depois, Filipe Silva regressa a Mesão Frio “sem dúvida nenhuma de que estou contentíssimo por fazer este rali mais uma vez”. O nervosismo de estar ao volante de um carro de rali lá foi diminuindo e, nos dias de hoje, o piloto só sente a: “Adrenalina da velocidade e, ao colocar o capacete na cabeça, já não pensamos em mais nada se não completar o troço até ao fim”.

Orgulhoso por poder partilhar esta paixão com a filha e afilhado, Filipe foi, em grande parte, responsável por plantar este gosto de família pelos carros e a velocidade. “Costumo dizer que eles são felizes à minha beira e gosto sempre de os ter ao meu lado no carro”, confessa. Entre o trabalho e o passatempo dos ralis, Filipe Silva divide ainda o seu tempo pelo seu serviço como bombeiro voluntário.

Conciliar esta responsabilidade com o trabalho e os momentos de lazer “é sempre um bocadinho complicado”, mas o bombeiro garante: “A corporação estará sempre em primeiro lugar. Já são mais de 30 anos como bombeiro e não é agora que vou abandonar”.

Determinado a continuar a fazer parte dos bombeiros, Filipe Silva faz um esforço para manter-se ativo na corporação e incentiva mais pessoas a juntarem-se à causa. “Acho bem os mais jovens virem para os bombeiros no espírito de ajudar toda a comunidade através desta família que são os bombeiros”, realça.

Para terminar, Filipe Silva lança um convite a todos os fãs de desporto automóvel para: “Virem assistir aos pilotos marcoenses que vão participar no rali para nos aplaudir. Ficaríamos muito agradecidos por ver os nossos a apoiar-nos e a ver-nos passar”.