De acordo com Jorge Vultos Sequeira, presidente do Conselho Metropolitano da AMP e também presidente da Câmara de São João da Madeira, “a necessidade de dar uma resposta urgente e imediata a eventuais incumprimentos de operadores” está a ser analisada juridicamente. A Transportes Metropolitanos do Porto (TMP), empresa responsável pela gestão da rede, “está a tomar todas as medidas que sejam necessárias para assegurar a continuidade dos serviços”.
Questionado sobre possíveis problemas em lotes específicos da rede Unir, Jorge Sequeira confirmou que foi “expedida uma notificação a diversos operadores no sentido de sanarem incumprimentos que estão a ser constatados”. A rede encontra-se dividida em cinco lotes: Norte Poente, Norte Nascente, Norte Centro, Sul Poente e Sul Nascente.
A TMP já tem no terreno uma equipa de fiscalização “a fiscalizar o bom ou mau cumprimento dos contratos”, integrando este esforço na “monitorização contínua” dos serviços. O presidente do Conselho Metropolitano caracterizou a situação como um “ato de gestão normal”, admitindo que “há vicissitudes em vários lotes”, sem, contudo, detalhar quais.
O ponto em causa foi retirado da agenda da reunião por se considerar que poderá não carecer de aprovação pelos 17 autarcas que compõem o Conselho Metropolitano, bastando uma deliberação da Comissão Executiva da AMP, uma vez que não envolve, para já, valores financeiros, mas sim um mecanismo administrativo.
A possibilidade de resolução de contratos já tinha sido anteriormente admitida por Eduardo Vítor Rodrigues, ex-presidente da AMP, que, em 9 de maio, declarou que tal hipótese deveria estar em cima da mesa caso se verificassem incumprimentos continuados. “Não é o que eu gostava, mas tenho de dizer que isso tem de estar em cima da mesa porque nós não podemos aguentar sete anos disto”, afirmou então, sublinhando o impacto social e económico das falhas no serviço.
A rede Unir entrou em funcionamento em dezembro de 2023 e é operada por cinco empresas: a Nex Continental no lote Norte Nascente (Santo Tirso, Valongo, Paredes e Gondomar); Porto Mobilidade no Norte Poente (Póvoa de Varzim e Vila do Conde); Vianorbus no Norte Centro (Maia, Matosinhos e Trofa); Transportes Beira Douro no Sul Poente (Vila Nova de Gaia e Espinho); e Xerbus no Sul Nascente (Santa Maria da Feira, São João da Madeira, Arouca, Oliveira de Azeméis e Vale de Cambra).
Durante a reunião foi também adiada a votação de uma alteração aos estatutos da TMP, que permitiria maior flexibilidade na sua gestão financeira.
Marco Martins, presidente da TMP, informou ainda que a empresa deverá mudar-se para novas instalações em agosto. Nesse mesmo mês, está prevista a colocação de códigos QR nas paragens, permitindo ao público consultar os horários em formato digital, embora ainda sem atualização em tempo real. A ausência desta funcionalidade deve-se, segundo explicou, à falta de dados técnicos por parte dos operadores e à necessidade de instalar tecnologia própria na nova sede.