Segundo Manuel Alves Pinto, residente em Yverdon, na Suíça, desde 1994 e natural de Tabuado, Marco de Canaveses, “este ano não organizámos nada para o 10 de Junho, porque normalmente fazemos no fim de semana seguinte. Como há várias festas dos santos populares, optámos por não fazer nada nesta data, que calhou numa terça-feira.”
Marco de Canaveses
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Manuel Alves Pinto quer continuar a assinalar o 10 de Junho na Suíça
Hoje celebra-se o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, uma data que reforça o orgulho pela nossa cultura, história e tradições. No entanto, em várias comunidades portuguesas no estrangeiro, como na Suíça, observa-se uma diminuição na realização de comemorações nesta data, devido a diversos fatores.
O marcoense acrescenta ainda que, há cerca de dois anos, realizaram uma celebração especial com a presença da presidente da câmara, trazendo várias entidades para homenagear o dia.
Apesar de a tradição de celebrar o 10 de Junho estar a diminuir, Manuel Pinto destaca: “todos os anos costumávamos fazer alguma coisa, mas este ano o pessoal também não pediu, então não fizemos.” Na sua opinião, a perda destes costumes é evidente: “Cada vez se está a perder mais a tradição de fazer essas festas. Faz-se mais depressa o S. João ou o Santo António, porque são festas mais populares e com maior adesão.”
Na foto: Manuel Alves Pinto, com a esposa, Paula, e Alex Navarro, da banda DNA.
Questionado sobre o motivo dessa diminuição, o emigrante explica que “as pessoas estão com outra mentalidade e já não ligam tanto a isso". "A juventude, por exemplo, quer festas mais adaptadas à sua faixa etária, e muitos até já não sabem o que significa o 10 de Junho”, afirma.
Ainda assim, Manuel Pinto frisa que, para si, a data representa “a convivência com a comunidade” e que tem trabalhado para manter viva essa ligação, ao trazer ao país helvético figuras públicas e ao promover eventos culturais.
Revela também que há uma grande comunidade de marcoenses na região de Yverdon.
Para este marcoense, é fundamental preservar a identidade e as tradições portuguesas, mesmo que as celebrações oficiais tenham diminuído. “Quero continuar a promover a convivência das comunidades e, por isso, estou a pensar organizar uma festa dos marcoenses em outubro ou novembro, para divulgar as nossas raízes,” afirma.
Na foto: Filho de Manuel Alves Pinto, que também ajuda o pai na realização das festas, o Dj D'Alves.
Apesar dos desafios, acredita que é importante continuar a valorizar o dia de Portugal e a nossa cultura, mesmo que as celebrações tradicionais estejam a perder força. “No ano passado, tivemos cá o Presidente da República, que comemorou o 10 de Junho de uma forma especial, e isso foi uma coisa boa. Para o próximo ano, quero certamente tentar fazer alguma coisa,” conclui.
Este testemunho é a prova de que o sentimento de pertença e orgulho português permanece vivo em muitas comunidades, que continuam a lutar para manter viva a memória do país e das suas raízes.