Manuel Moreira: Novo comandante dos Bombeiros de Rebordosa quer unir corporação

“É a primeira vez que assumo funções como comandante”, conta. No entanto, o trajeto no corpo de bombeiros é longo e recheado de experiência: “Fui bombeiro durante 22 anos, depois desempenhei funções como adjunto de comando durante 12 anos e, mais recentemente, encontrava-me no quadro de honra. Volto agora ao quadro de comando com um objetivo claro”.

Unir para servir

Para Manuel Moreira, esta nomeação tem um significado muito especial, carregado de responsabilidade e sentido de missão. "O nosso corpo de bombeiros está dividido. Tivemos algumas perdas, bombeiros que se retiraram, e eu pretendo, precisamente, unir os bombeiros", afirma.

Mais do que um desafio operacional, o novo comandante assume uma missão de coesão e de reconstrução interna: “O nosso lema é ‘humildade para servir’. É com essa humildade que quero juntar todos os bombeiros novamente". "Tínhamos cerca de 120 elementos no quadro ativo, neste momento somos pouco mais de 70”, lamenta.

Uma vida dedicada ao próximo

Ao contrário do que acontece com muitos voluntários, Manuel Moreira foi o primeiro da família a enveredar pelo caminho do serviço nos bombeiros. “Agora já tenho outros elementos da família que são bombeiros, mas fui o primeiro", afirma.

"Sempre me movi pelo princípio de estar ao dispor do próximo”, garante. Uma filosofia de vida que não reserva apenas aos mais próximos, mas que acredita ser essencial incutir em toda a sociedade.

Sobre a motivação que leva alguém a ser bombeiro, Manuel Moreira não tem dúvidas de que o espírito de serviço continua vivo, especialmente entre os mais jovens: “Temos sempre bastantes jovens, infantes e cadetes, que participam, inclusive, em concursos nacionais e internacionais de manobras. Muitos deles ficam com o ‘bichinho’ de querer ser bombeiros e mantêm-se.” Atualmente, a escola de cadetes da corporação conta com cerca de 17 elementos que deverão concluir a formação nos próximos meses.

Igualdade de género e formação contínua

A igualdade de género é também um aspeto naturalmente integrado na vida da corporação: “Já tive escolas onde havia mais bombeiras do que bombeiros. Outras vezes acontece o contrário. Mas normalmente é ela por ela”, refere com naturalidade.

Para além do objetivo imediato de unir o corpo ativo, Manuel Moreira delineou três grandes pilares para a sua missão enquanto comandante: “Primeiro, a população que servimos". "Temos de preparar, motivar e formar os bombeiros para que estejam aptos a responder às necessidades. Depois, o corpo ativo, que tem de ter todas as condições para servir com qualidade. E, por fim, a própria Associação Humanitária, que agrega os sócios, os bombeiros e a ligação com a população. Sem associação não há bombeiros. Sem bombeiros não há associação. E sem população não há uma coisa nem outra”, defende.

Confiança e humildade como base de liderança

A visão do novo comandante passa por reforçar o elo de ligação entre a corporação e a comunidade, promovendo uma relação baseada na confiança: “Queremos que a população tenha uma confiança forte em nós. Não digo inabalável, mas muito sólida. E isso só se consegue com união, entre bombeiros, direção e população”.

Como mensagem final, Manuel Moreira deixa uma garantia simples, mas poderosa: “Humildade para servir. Vamos servir, sem olhar a quem, sem perguntar porquê. Porque é para isso que existimos — para servir toda a gente. E se não o fizermos com humildade, não estamos a fazer um bom trabalho”.

Consciente dos desafios internos e das divisões existentes, Manuel Moreira compromete-se a criar condições para um corpo mais forte, mais unido e mais preparado: “Haverá sempre pessoas que acreditam no projeto e outras que não. O meu esforço será demonstrar que vale a pena acreditar. E, com isso, conquistar de novo todos os que fazem falta”.