A narrativa da peça inspira-se em Geraldo Geraldes, conhecido como o “Sem Pavor”, figura histórica de origens incertas, associada a Santarém e Évora. O espetáculo procura estabelecer um compromisso entre a dimensão lendária do personagem e o ambiente bucólico da Serra do Montemuro, evocando os quatro elementos – Fogo, Terra, Ar e Água – através da música e dos instrumentos, num diálogo entre melodia e natureza.
O formato do objeto artístico parte da ópera, contando com a participação de bandas filarmónicas locais. A música e a palavra são complementadas pelo movimento, com a integração da companhia de Novo Circo Malatitsch, que introduz a vertente acrobática. Os artistas apresentar-se-ão em lajes de granito e entre a vegetação da serra, criando imagens visuais de forte impacto, que pretendem surpreender e envolver o público.
Mais do que um rigor histórico ou científico, “As Pedras que nos Tocam” abre espaço ao pensamento mágico e abstrato, associando arte, tradição e identidade local. O projeto destaca ainda a participação ativa da comunidade, reforçando o sentimento de pertença e a ligação ao território.
A iniciativa integra atividades paralelas de caráter cultural, turístico e gastronómico, transformando o espetáculo num evento mais abrangente, que pretende valorizar a Serra do Montemuro e a memória coletiva da região.
Sob a direção musical do maestro Miguel Valente, a peça conta com a interpretação da Banda Musical de S. Cipriano “A Nova”, Cristiana Sousa, Joana Sevivas, Lídia Lisboa, a companhia Malatitsch e o Teatro do Montemuro.
O espetáculo realiza-se ao ar livre, no Penedo de S. João, local emblemático pela sua imponência e vistas panorâmicas, oferecendo ao público a oportunidade de conjugar arte, natureza e cultura num único momento.